Economia cresceu 0,5% no 3.º trimestre mas desemprego subiu para os 16,8%

Para o próximo ano, a Universidade Católica antecipa que a economia registe uma variação nula.

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Ritmo de crescimento das exportações acelerou e crescimento das importações abrandou dr

Na sua folha trimestral, o Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica refere que o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescido em cadeia 0,5%, mas "estando o nível da actividade económica agora 6,2% abaixo do observado no 3.º trimestre de 2010".

No entanto, a taxa de desemprego aumentou entre Julho e Setembro para os 16,8%, mais 0,4 pontos do que a registada no trimestre anterior, segundo as estimativas do NECEP, uma evolução que "é consentânea com o nível de actividade económica e com a redução substancial, mas pontual, do desemprego no segundo trimestre do ano".

Em termos homólogos, a economia recuou 0,8% no terceiro trimestre e a taxa de desemprego aumentou um ponto percentual no mesmo período.

"O crescimento económico em 2013 acabou por beneficiar no curto prazo de algum relaxamento orçamental, mas também de sinais de alguma recuperação cíclica da actividade económica", lê-se na folha trimestral do NECEP, que indica que a contracção do PIB será de 1,5% este ano, uma estimativa mais optimista do que a do Banco de Portugal (-1,6%) e do que a do Governo (-1,8%).

Para o próximo ano, a Universidade Católica antecipa que a economia registe uma variação nula, tendo em conta que "o ano de 2014 continuará a ter o mesmo tipo de factores de risco dos últimos anos, incluindo a conjuntura externa, a evolução da crise das dívidas soberanas da zona euro e o grau de compromisso das autoridades portuguesas com o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF)".

Estas projecções do NECEP, que se baseiam na informação disponível até ao momento, representam uma melhoria face às apresentadas em Julho: em mais 0,9 pontos percentuais no caso do crescimento em 2013 e em mais 0,4 pontos no de 2014, mas "estão envoltas num grau muito elevado de incerteza".

O NECEP refere também que, "na ausência da necessidade de medidas orçamentais adicionais, a economia portuguesa poderia já estar numa fase de crescimento muito ligeiro", mas alerta que, "com o esforço de consolidação orçamental previsto para 2014, mesmo que não seja implementado na sua plenitude, o cenário central é a ausência de crescimento no próximo ano".