Desemprego volta a diminuir, mas há 736 mil pessoas sem trabalho

Taxa recuou em Maio para 14,3%. Há 135 mil jovens desempregados. Na zona euro, o desemprego estabilizou.

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A trajectória de descida iniciou-se em Maio do ano passado — este é o 13.º mês consecutivo em que se regista um recuo na taxa medida pelo Eurostat, que cruza dados do Instituto Nacional de Estatística (trimestrais) com os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (inscritos nos centros de emprego, mensais).

Apesar da trajectória descendente, as estatísticas do Eurostat mostram um número de desempregados historicamente elevado, com o desemprego jovem ainda próximo da barreira dos 35%. Entre a população dos 15 aos 24 anos, o desemprego é de 34,8%. São 135 mil jovens.

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O desemprego entre as mulheres é de 14,3%, apenas uma décima abaixo da taxa de desemprego masculina. E os 736 mil desempregados contabilizados apenas dizem respeito ao desemprego registado. Mas a esse universo somam-se centenas de milhares de pessoas inactivas que estão fora do mercado de trabalho.

Os dados mais recentes do INE – que não são directamente comparáveis com os do Eurostat, quer no tempo, quer na metodologia de cálculo – dão conta de 788,1 mil desempregados no primeiro trimestre. Para além destes, havia 25,8 mil inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis no período estatístico considerado nos inquéritos do INE. E somavam-se ainda outras 276,6 mil pessoas inactivas disponíveis para trabalhar, mas que também não se enquadravam na definição oficial de desemprego, porque não procuraram trabalho no período de referência das estatísticas.

As estimativas iniciais do Eurostat apontavam para uma estabilização da taxa nos três primeiros meses deste ano, mas a habitual revisão das estatísticas mensais mais recentes levou mais tarde o instituto estatístico a baixar as estimativas.

Na UE há 25,1 milhões de desempregados
No conjunto dos países que partilham a moeda única, a taxa de desemprego manteve-se em 11,6% da população activa, o mesmo nível que se registava em Abril. Ao todo, há 18,5 milhões de desempregados na zona euro, numa União Europeia onde o desemprego oficial abrange 25,1 milhões de cidadãos.

A Áustria (com um desemprego de 4,7%), a Alemanha (5,1%) e Malta (5,7%) são os países da União com as taxas mais baixas.

Pelo contrário, na Grécia, o nível de desemprego é o mais elevado, com uma taxa de 26,8% (ainda relativa a Março). A seguir está Espanha, onde um quarto da população activa está fora do mercado de trabalho (5,6 milhões de desempregados). Em Maio, a taxa não descolou dos 25,1% que já se registavam em Abril; e o desemprego jovem, que estava em queda, voltou a aumentar, ainda que de forma muito ténue, para os 54%.

É um desemprego estrutural na faixa etária dos 15 aos 24 anos que só é maior na Grécia (57,7%) e que se distancia largamente dos níveis de desemprego dos outros países europeus, mesmo daqueles onde o número de jovens sem trabalho é também muito elevado, como os casos de Itália (43%), Portugal (34,8%) ou Eslováquia (32,4%).

UGT e CGTP reclamam criação de emprego
Para o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, a descida é lenta, mas “consolidada” e um reflexo daquilo que diz ser a “recuperação sustentada” da economia portuguesa. “É certamente um sinal de esperança, é certamente um sinal confiança para muitas pessoas que estavam no desemprego e que agora conseguiram voltar ao mercado de trabalho”, afirmou Pedro Mota Soares, em  Castelo de Vide, citado pela agência Lusa.

Enquanto o ministro falava em “confiança e esperança”, lembrando o facto de o desemprego não estar nos históricos 17,3% do final do ano passado, as centrais sindicais vieram chamar a atenção para os níveis de criação de emprego. O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou a redução importante, mas lembrou o efeito sazonal da criação de alguns postos de trabalho, o efeito da emigração e avisou que há ao mesmo tempo “menos emprego em Portugal”.

Do lado da CGTP, o secretário-geral, Arménio Carlos, veio alertar para a instabilidade no mercado de trabalho. “A esmagadora maioria do pouco emprego que foi criado é precário e mal remunerado. É um emprego que tão depressa é criado hoje como amanhã é destruído”, observou, citado pela Lusa.
 

   





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