Desemprego no sector da construção aumenta em 20 mil pessoas em Janeiro

Crise no sector da construção leva a "um aumento histórico do desemprego".

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PÚBLICO (Arquivo)

 A Federação Portuguesa da Indústria de Construção (Fepicop) refere que houve "um aumento histórico do desemprego" em Janeiro, situando-se nos 110.522 desempregados oriundos da construção, "o que traduz um aumento de 20.090 pessoas face ao número apurado no primeiro mês de 2012 (81.432)".

Segundo a federação, "o ritmo da crise que afecta o sector da construção agravou-se em 2012 e não dá mostras de abrandar com a entrada num novo ano", uma vez que o relatório que analisa as expectativas dos empresários indica que os indicadores quantitativos "registam quebras brutais e insustentáveis, muitas delas históricas, como é o caso do emprego e do licenciamento de fogos novos".

O relatório adianta que a carteira de encomendas registou uma queda de 42,6% e a actividade diminuiu 32,7%, sendo que a confiança dos empresários da construção reduziu-se 25,7% e as perspectivas de emprego das empresas caiu 17,6% em termos homólogos no trimestre terminado em Janeiro último.

As empresas continuaram a apontar a insuficiência da procura, que atinge os 87% na habitação, 93% nos edifícios não residenciais e 81% nas obras públicas, como a principal condicionante à sua actividade.

A análise da Fepicop refere também que o acesso ao financiamento "não revela melhorias" já que em Dezembro do ano passado, o crédito às empresas traduzia uma redução homóloga de 3,1 mil milhões de euros, enquanto o crédito à habitação registava uma quebra de 27,6%.

Ainda em Dezembro de 2012, os fogos licenciados em construção nova caíram 53,6% face ao mesmo mês de 2011, sendo a primeira vez que se registou o licenciamento de menos de 700 fogos num mês.

Em todo o ano de 2012, os fogos licenciados caíram 34,7% face a 2011, "mas mais grave é o facto de nos últimos 11 anos este indicador ter caído 90,2%", sublinha o relatório.

No segmento das obras públicas, em Janeiro, o destaque vai para a quebra homóloga de 75,7% no valor das adjudicações.