Desemprego em Felgueiras diminuiu quase 14% desde 2008

O segredo está no calçado, kiwis e vinhos.

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De acordo com elementos constantes no site do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), nos últimos cinco anos, no concelho de Felgueiras, onde predomina a indústria de calçado, o número de pessoas inscritas no centro de emprego diminuiu de 3.805 (2008), para 3.282 (2013).

Contudo, apesar de os números serem ainda positivos, nota-se que o desemprego neste município está a aumentar, ainda que ligeiramente, desde Fevereiro de 2011, quando se verificou a menor taxa dos últimos anos. Em Fevereiro desse ano estavam inscritas 2.963 pessoas.

É entre as mulheres de Felgueiras que se verifica uma maior diminuição no desemprego, afectando actualmente menos 672 pessoas do que em 2008. Já entre os homens, a evolução é negativa, tendo crescido em 10,18% o número de inscritos no centro de emprego local.

Este dado indicia, segundo a Associação Empresarial de Felgueiras, que a diminuição do desemprego é explicada com o bom momento do calçado, sector que tradicionalmente emprega mais mão-de-obra feminina.

Para o presidente da Câmara de Felgueiras, o bom desempenho da economia local, traduzido na diminuição do desemprego no concelho, “demonstra a competência e excelência dos empresários, que procuram, num mercado global, colocar os seus produtos, sobretudo calçado, kiwis e vinhos”.

Inácio Ribeiro disse desejar que o resto do país consiga atingir os mesmos resultados, apelando ao Governo no sentido de olhar para o exemplo de Felgueiras.

Para o presidente de câmara, urge que o Governo trabalhe no incentivo à economia e ao emprego, apoiando empresas com potencial exportador como as que existem no Tâmega e Sousa.

No resto da região, a evolução do desemprego nos últimos cinco anos tem sido muito negativa. Em Paços de Ferreira, o número de inscritos aumentou mais de 176% e em Paredes 169%.

As taxas de crescimento mais elevadas verificam-se nos concelhos industrializados do Vale do Sousa, excepto em Felgueiras. Nos municípios do Baixo Tâmega, menos dependentes das indústrias transformadoras, a subida tem ocorrido num ritmo mais lento. Apesar disso, no Marco de Canaveses, muito afectado pela crise da construção civil, o desemprego aumentou 108%, mais do dobro da subida verificada no vizinho concelho de Amarante (46,2%), que tem resistido melhor à crise.

Para o presidente do Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa, Luís Miguel Ribeiro, “o caso de Felgueiras é uma excepção”.

Por isso, afirmou à Lusa, a região e o país devem “aprender com o exemplo de Felgueiras”.

“Vamos, nos outros concelhos desta região, fazer a mesma aposta na qualidade, em novos mercados e, certamente, vamos conseguir inverter esta tendência do desemprego”, prevê o empresário.