Moody's e DBRS cortam ratings do Grupo Espírito Santo

BES e Espírito Santo Financial Group foram penalizados pelas agências de rating internacionais.

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Rating do BES foi cortado pela Moody's Foto: Nuno Ferreira Santos

A decisão da Moody's de passar o rating da dívida do BES de Ba3 para B3 e o rating de depósitos de Ba3 para B2 é justificada com "as preocupações com a credibilidade do BES, que são acentuadas com a falta de transparência no estabelecimento de protecções (ring-fencing) no BES contra quaisquer problemas que surjam na sua empresa holding ESFG ou em qualquer outra entidade do grupo".

A Moody's já tinha na quarta-feira procedido a uma redução do rating atribuído ao ESFG de B2 para Caa2. 

À mesma hora da decisão da Moody's, a DBRS também anunciou o corte do rating do ESFG de BBB- para B. A descida de cinco níveis é explicada em comunicado pela agência com a existência de “preocupações significativas acerca da deterioração da situação financeira do grupo, com um elevado nível de incerteza em torno da extensão das exposições entre as empresas e as ligações a outras entidades do Grupo Espírito Santo”. A DBRS diz que mantém o ESFG sob vigilância apertada, o que significa que novas descidas de rating são possíveis.

Os responsáveis da agência destacam que “os mercados têm preocupações evidentes em relação às entidades do Grupo Espírito Santo” e assinalam que “o ritmo dos acontecimentos está a ser muito rápido”. Neste cenário, considera-se que “o acesso [do ESFG] aos mercados está sob pressão”, o que torna eventuais futuras emissões de dívida do grupo mais caras e potenciais aumentos de capital mais difíceis.

Além disso, a DBRS recorda que a conjuntura económica em que o BES (uma das principais subsidiárias do ESFG) opera continua a ser difícil, o que pressiona a sua capacidade para distribuir dividendos aos seus accionistas. Assim, o ESFG fica com perspectivas mais negativas de obter rendimentos num futuro próximo.

A agência avisa ainda que quaisquer sinais de enfraquecimento do BES ou de outras empresas do Grupo Espírito Santo poderiam ter como consequência uma nova revisão em baixa do rating do ESFG.

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