Crescimento e emprego são prioridades para a reunião do G20
Economias mais ricas vão também fazer balanço da luta contra a evasão fiscal
Os ministros das finanças e os dirigentes dos bancos centrais das 20 economias mundiais reúnem pela terceira vez este ano e publicarão um comunicado conjunto no sábado.
Uma das questões em cima da mesa é saber até que ponto os líderes internacionais estão dispostos a pôr em marcha medidas que aliviem o segredo bancário e analisar os progressos conseguidos nos dossiers considerados prioritários.
Na última reunião do G20, que decorreu em Washington no mês de Abril, os líderes exortaram a comunidade internacional a atacar o segredo bancário com o objectivo de lutar contra a evasão fiscal. O dossier está nas mãos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que, segundo a AFP, deverá apresentar um novo relatório da situação no primeiro dia do encontro.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, elegeu hoje o crescimento económico e a criação de emprego como as prioridades da presidência russa do G20, durante uma reunião dos ministros do Trabalho, em Moscovo.
“A Rússia definiu como objectivo principal da sua presidência do G20 o estímulo do crescimento económico e a criação de postos de trabalho”, disse o chefe do Kremlin durante a reunião, salientando que estas tarefas são “prioritárias para o desenvolvimento da sociedade moderna”, e aproveitando para recordar que, de acordo com números da Organização Internacional do Trabalho, há 200 milhões de desempregados.
“Para cumprir com eficácia essas tarefas, necessitamos de um enfoque sistemático que leve em conta as condições sociais, financeiras e económicas”, acrescentou o Presidente russo, para quem “qualquer estratégia de fomento da economia é irrealizável se não aplicar uma política adequada de desenvolvimento do capital humano”.
Também a Alemanha definiu as suas prioridades para a reunião. O ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, vai procurar convencer os países que integram o G20 a estabelecerem metas de redução da dívida pública a partir de 2016, no seguimento dos compromissos alcançados em Toronto em 2010.
A notícia é avançada pela agência Bloomberg, que cita um membro do governo alemão, acrescentando que Schaeuble quer obter o máximo de consenso sobre os objectivos de médio e longo prazo para a dívida pública nas reuniões que se realizarão em Moscovo.
A fonte de Berlim pediu anonimato devido à confidencialidade das negociações que estão em curso. Segundo a Bloomberg, é irrealista esperar um acordo que estipule os 60% como o limite das dívidas em termos do Produto Interno Bruto (PIB), a exemplo do que se passa na zona euro, e, segundo a referida fonte, da reunião de Moscovo não deverão sair metas concretas.
Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais dos países que compõem o G20 vão estar reunidos na capital da Rússia até sábado.