Corte nas indemnizações e fundo para despedimentos entram em vigor ao mesmo tempo
Álvaro Santos Pereira espera fechar um acordo com os parceiros sociais “o mais rapidamente possível” para as medidas entrarem em vigor.
Santos Pereira confirmou que a proposta do Governo é reduzir as indemnizações por despedimento para 12 dias de salário por cada ano de antiguidade na empresa, o limite máximo para onde apontava o estudo efectuado pelo Ministério da Economia. Porém, acrescentou, a proposta “ainda está a ser debatida com os parceiros sociais”.
O ministro adiantou ainda que a redução das compensações de 20 para 12 dias de salário por cada ano de casa está relacionada com a criação do fundo dos despedimentos, um mecanismo que suportará parte das indemnizações dos trabalhadores e que será alimentado por contribuições das empresas.
“Esta descida das indemnizações está intimamente relacionada com o fundo das compensações. A intenção é que entrem em vigor simultaneamente”, frisou à entrada para a reunião da Comissão Permanente de Concertação Social.
O ministro escusou-se a adiantar quando é que estas medidas entrarão em vigor, referindo que a intenção é fechar “esta matéria o mais rapidamente possível com os parceiros sociais”. Porém, esta manhã, o primeiro-ministro disse que o objectivo é que as medidas entrem em vigor em 2013.
Do lado patronal há algumas resistências quanto à entrada em vigor do fundo para os despedimentos já no próximo ano. João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, disse à entrada para o encontro, onde também está o primeiro-ministro, que a entrada em vigor do fundo não deveria acontecer “antes de 2015”, porque representa um encargo significativo para as empresas.
Santos Pereira justificou as medidas com a necessidade de aumentar a competitividade da economia portuguesa: “Não existem economias saudáveis se não tivermos um conjunto de factores para melhorarmos a competitividade”.
O ministro lembrou que a redução das indemnizações pagas aos trabalhadores em caso de despedimento para a média europeia é uma questão “consagrada no memorando da troika desde o início” e que este é mais um passo para o cumprimento dos compromissos assumidos internacionalmente.
Tal como o primeiro-ministro tinha dito esta manhã, o responsável pela pasta do Trabalho e Economia garantiu que os direitos adquiridos dos trabalhadores com mais anos de casa continuam salvaguardados.