Construção perde 83 mil postos de trabalho em 2012

Os mais afectados são os trabalhadores pouco qualificados.

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PÚBLICO (Arquivo)

A esmagadora maioria dos afectados pelos despedimentos, cerca de 91.8%, diz respeito a trabalhadores com baixo nível de qualificação. Quase metade dos trabalhadores sem escolaridade (44%), cerca de 8,2 mil trabalhadores, ficaram sem emprego. Contudo, foram os que completaram o 1º ciclo do ensino básico que mais sofreram – deste grupo, foram eliminados 26,8 mil postos de trabalho.

Por causa destes despedimentos, os trabalhadores com nível escolar mais elevado passaram a representar 20,8% do total dos trabalhos que ainda permanecem na construção civil, face a 18,5% no ano anterior, adianta a AECOPS.

"Considerando o factor nacionalidade, os trabalhadores estrangeiros foram, em termos relativos, os mais atingidos pelo desemprego no ano passado (- 11,5 mil), o que fez com que o seu número se reduzisse, num universo de 357,2 mil trabalhadores do sector, para apenas 13 mil", refere a associação.

O norte do país foi a zona mais afectada com a eliminição de 27,7 mil empregos, enquanto o centro perdeu 23,1 mil postos de trabalho. O Alentejo registou mais 34,1% de desempregados inscritos nos centros de emprego oriundos da construção. Contudo, foram as regiões autónomas que registaram uma maior concentração de desempregados provenientes deste sector – cerca de 28,7% dos desempregados dessas regiões trabalhavam na construção.

De 2002 a 2012, assistiu-se à destruição de 265 mil empregos no sector da construção. Em 2002, os 622,3 mil postos de trabalho da construção representavam 12,2% do emprego total. No ano passado, os empregos no sector representavam somente 357,2 mil postos e 7,7% do emprego total da economia. 

"Divulgado na mesma semana que o relatório do Estado da Educação de 2012, segundo o qual, nesse ano, havia cerca de 3,5 milhões de portugueses sem escolaridade ou com apenas o primeiro ciclo do ensino básico completo, o perfil do novo desempregado da construção vem acentuar a urgência, económica e social, de estancar a destruição massiva de postos de trabalho num sector que ainda revelava alguma capacidade de absorver alguns dos excessivos recursos humanos pouco qualificados do país", defende a AECOPS.

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