CGTP e UGT contestam Passos e reclamam aumento do salário mínimo

Centrais sindicais criticam posição do primeiro-ministro sobre remuneração mínima.

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Arménio Carlos diz que Passos Coelho não tem em conta “o sentimento generalizado da opinião pública” Nuno Ferreira Santos
João Proença, líder da UGT, rejeita mudanças no regime contributivo.
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João Proença, líder da UGT, rejeita mudanças no regime contributivo. Daniel Rocha

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, reclamou a “necessidade imperiosa” de o rendimento mínimo ser aumentado e considerou que as declarações do primeiro-ministro demonstram que está “completamente deslocalizado” da realidade. João Proença, secretário-geral da UGT, vê também com “muitas preocupações” as palavras de Pedro Passos Coelho, porque parecem “vir na linha de que o fundamental para o Governo é obedecer às ordens da troika”.

Proença diz ter a “convicção plena” de que a troika está contra o aumento do salário mínimo. Mas “temos também a convicção plena que o Governo português devia defender” esse aumento, porque se trata de uma medida sem “quaisquer consequências negativas sobre o emprego”.

“O senhor primeiro-ministro continua a não ter em consideração o sentimento generalizado da opinião pública e da sociedade portuguesa”, contestou, por seu lado, Arménio Carlos.

Para o secretário-geral da CGTP, tendo em conta que “a esmagadora maioria das empresas” trabalham para o mercado interno, “é fundamental aumentar o poder de compra porque só assim é que as pessoas podem consumir mais e as empresas venderem mais”. Destacando que “um dos grandes problemas do Governo, neste momento, tem a ver com a redução das receitas”, o dirigente sindical disse ainda que, se aumentarem os salários, se aumentarem os negócios das empresas, aumentam as receitas fiscais do Estado”. “Ficamos todos a ganhar”, defendeu Arménio Carlos.

No mesmo sentido, Proença sublinhou que se trata de “um objectivo de justiça social, de combate às desigualdades e de combate à pobreza”.