Bruxelas insiste que Alemanha deve estimular a procura interna
Promover a procura interna na Alemanha tanto é vantajoso para a economia germânica como para a zona euro, reforça Olli Rehn.
Bruxelas já levantara o véu sobre uma possível investigação, depois de Durão Barroso afirmar que a Alemanha foi o país “que mais beneficiou do círculo virtuoso impulsionado pelo euro”.
Para o comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros, que escreve sobre o caso alemão no seu blog oficial, o espaço da moeda única tem de encontrar uma solução favorável tanto para a sua principal economia, como para o conjunto dos 17 países. E esse caminho, entende a Comissão Europeia, passa por uma correcção deste desequilíbrio nos excedentes comerciais e nas contas correntes.
Segundo as previsões de Bruxelas, a Alemanha registará um superavit comercial acima de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) durante três anos consecutivos. A Comissão Europeia aponta ainda para um excedente das contas correntes alemãs de 7% do PIB em 2013, prevendo que este indicador se fixe nos 6,6% no próximo ano e em 6,4% em 2015.
O facto de dois indicadores estarem acima do limiar de 6% do PIB durante três anos consecutivos é considerado, à luz da Comissão Europeia, um sinal de desequilíbrios macroeconómicos, com riscos para a estabilidade dos países da moeda única.
“Dado que estes assuntos importantes merecem uma maior análise, a Comissão terá que decidir esta semana se inicia uma revisão aprofundada da economia alemã no procedimento europeu por desequilíbrios macroeconómicos”, explica Olli Rehn.
A lista dos países que apresentam desequilíbrios macroeconómicos excessivos será publicada na quarta-feira. A confirmar-se a investigação, o executivo comunitário terá de formalizar uma recomendação para que o Governo alemão aplique medidas concretas que corrijam este desequilíbrio.
Rehn enfatiza ainda que não são apenas as políticas económicas na Alemanha que têm um impacto directo e de grande dimensão no resto da zona euro. As duas maiores potências (Alemanha e França) são, juntas, um elemento “chave para a recuperação do crescimento e emprego na Europa”, frisou.