Banco Comercial Português devolve 1850 milhões de ajuda do Estado

Fica a faltar o reembolso de 750 milhões euros,que o banco quer fazer até início de 2016.

Foto
Nuno Amado vai presidir à comissão executiva Pedro Cunha

Com este reembolso, o BCP antecipa o calendário inicialmente definido para o pagamento de CoCos, permitindo uma poupança superior a 300 milhões de euros no resultado líquido, adianta o BCP, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O banco reafirma ainda “a sua intenção de reembolsar os [restantes] 750 milhões adicionais até ao início de 2016, evidenciando a capacidade de execução do plano estratégico traçado”.

Já no final de Maio, o BCP tinha reembolsado o Estado em 400 milhões de euros, da ajuda estatal, que no total ascendeu a três mil milhões de euros.

O BPI, que tinha recebido uma ajuda pública de 1500 milhões de euros, já reembolsou integralmente o Estado.

O BCP adianta que a devolução foi autorizada pelo Banco de Portugal, “na sequência de análise efectuada à evolução dos rácios de capital do banco e de acordo com o anunciado no âmbito do aumento de capital realizado”, realizado no mês passado e que permitiu um encaixe de 2250 milhões de euros.

A instituição financeira gerida por Nuno Amado diz ainda que após este reembolso, e considerando os impactos do aumento de capital e da alienação da Banca Millennium”, operação que detinha na Roménia, o rácio common equity tier 1 proforma a 30 de Junho de 2014 situar-se-ia em 12,5%, acima dos 7% exigidos. Já o rácio common equity tier 1 proforma na mesma data ascenderia a 9,0%

Nos últimos dias, as acções do BCP têm sofrido uma forte desvalorização, que esta quinta-feira chegou a superar os 20%, mas o título já segue a subir 1%.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) proibiu a venda a descoberto de acções do BCP durante todo o dia de hoje, depois de, na sessão desta quarta-feira, as acções do banco terem derrapado 15,07% para 0,0879 euros, com 786 milhões de títulos.

A medida visa travar a actuação dos fundos de alto risco, os chamados hedge funds, que apostam na queda dos títulos e ganham dinheiro através da venda a um preço e posterior recompra dos títulos a um preço mais baixo.

Para além de um conjunto de factores que estão a influenciar negativamente  as praças europeias, que no entanto seguem com quedas modestas, na bolsa portuguesa e no sector financeiro em particular ainda há o feito negativo do BES, que está a gerar uma forte saída de investidores estrangeiros, que estarão desiludidos com a incapacidade dos regulares nacionais em detectarem a gestão fraudulenta no maior banco privado português.

Sugerir correcção
Comentar