Banco alemão criou fundo de investimento que aposta na morte

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De acordo com a mesma fonte, o investimento eleva-se a 700 milhões de euros, garantido sobretudo por pequenos investidores. Quando perceberam o tipo de investimento que lhes tinha sido proposto, alguns deles dirigiram-se ao provedor da associação de bancos, que rejeitou as reclamações mas formulou críticas à forma como este fundo foi constituído e funciona, considerando que é difícil de conciliar um produto destinado a valorizar economias pessoais com valores como o do respeito pela vida humana e a dignidade do ser humano.

Um advogado que representa alguns destes pequenos investidores disse ao mesmo jornal que vai apresentar o caso à justiça alemã durante esta ou na próxima semana, porque se entende que o negócio "é contrário aos bons costumes e, portanto, nulo e sem efeito". O advogado em causa, Tilman Langer, de Hamburgo, representa cerca de 30 investidores neste fundo, denominado como "db Kompass Life 3", entende que a justiça deve permitir a devolução do dinheiros destes investidores, que estavam, na verdade, a apostar em seguros de vida de cerca de 500 norte-americanos. As contas são feitas com referência a cidadãos entre os 72 e os 85 anos, que têm de dar provas regulares sobre os seus dados de saúde Quanto mais cedo estas pessoas morrerem, mais depressa o fundo deixa de pagar os respectivos seguros, obtendo assim mais dividendos.

A queixa original sobre este assunto dizia respeito à baixa rendibilidade deste fundo, o que decorria do facto de o banco estar a usar tabelas de mortalidade (que prevêem a longevidade média) desactualizadas. Como esta continua a aumentar, mas as tabelas usadas eram antigas, o prémio pago pelo fundo não correspondia às expectativas dos investidores.

Recebida a queixa, a provedoria da associação de bancos dirigiu a sua atenção para as regras do fundo. Para um procurador citado pelo mesmo jornal alemão, este fundo é um "macabro jogo de contas", de que alguns clientes diziam não ter consciência. O banco não quis comentar o caso quando confrontado pelo jornal.