Nos primeiros seis meses deste ano, o saldo dos serviços (ou seja, deduzindo o valor das importações do das exportações) foi de 4950 milhões (mais 4,2%). Só as viagens e turismo representaram um saldo de 2817 milhões de euros, equivalente a mais de metade do total, com as exportações a subirem para 4584 milhões de euros.   Depois dos combustíveis, este foi o segmento de negócio foi o que mais cresceu em termos homólogos (12,2%). No entanto, a venda de combustíveis, que subiu 17% no período em análise, está algo enviesada pelo facto de, durante parte dos primeiros meses de 2014, a refinaria de Sines ter estado parada, permitindo assim que haja agora um crescimento substancial.

No caso do turismo, este tem vindo a seguir uma tendência de crescimento. Em Maio assistiu-se a valor recorde nas receitas de exportações, com o mês a passar a barreira dos mil milhões de euros  e atingir valor mais elevado desde, pelo menos, 1996 (últimos dados da série histórica disponibilizada pelo banco central). O montante das exportações das viagens e turismo atingido em Maio, de 1005 milhões de euros, nunca tinha sido alcançado fora dos meses de Verão e, muitas vezes, apenas foi atingido durante Agosto.

Em Junho, de acordo com os dados agora disponibilizados pelo boletim estatístico do Banco de Portugal, o valor foi de 921 milhões de euros. Tal como aconteceu no ano passado, este mês gerou menos receitas do que o de Maio, mas houve uma subida de 10,3% em termos homólogos. 

Os dados recentemente divulgados pelo Instituo Nacional de Estatística (INE) sobre a actividade do turismo davam conta que, no primeiro semestre, os proveitos totais da hotelaria tinham chegado aos 994,3 milhões, com Junho a representar 251,4 milhões (mais 15% em termos homólogos). O número de hóspedes cresceu 8,5% face aos seis primeiros meses de 2014, e o número de dormidas subiu 7%, sustentado principalmente pelos não residentes.

Apesar da subida geral das exportações de serviços em termos semestrais, que chegaram aos 11.119 milhões (mais 5,3%), nem tudo corre bem em todos os sectores. Em primeiro lugar, as importações subiram a um ritmo superior (mais 6,3%), embora para apenas 6169 milhões, permitindo assim a existência de um saldo positivo alargado.

Em segundo lugar, das sete rubricas analisadas pelo Banco de Portugal, quatro assistiram a uma quebra no valor das exportações. No caso dos serviços de manutenção e reparação, ligados ao sector da construção, estes desceram 3,3% para 161 milhões. No primeiro semestre de 2011 o valor era de 276 milhões de euros.

O impulso dado pelos serviços à balança comercial fez-se também sentir na balança corrente e de capital, que fechou os primeiros seis meses nos 214 milhões de euros. Aqui, houve ainda um contributo positivo das remessas de emigrantes, com um contributo de 1298 milhões (no saldo entre entradas e saídas de dinheiro). Este valor subiu 1,5%, apesar da queda que se tem registado no envio de dinheiro de trabalhadores que foram para Angola, devido à crise financeira que tem assolado o país na sequência da queda do preço do petróleo.

De acordo com dados agora disponibilizados pelo Banco de Portugal, verifica-se que o valor das remessas de Angola para Portugal se ficou pelos 97 milhões de euros, menos 20% face a idêntico período de 2014. Em Junho, a montante foi de 13,7 milhões de euros, menos 29% face a idêntico período de 2014.