Autoeuropa espera anunciar novo modelo ainda este semestre

Fábrica apresentou o novo modelo do Volkswagen Scirocco, de que espera produzir entre 150 e 160 unidades por dia.

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Pedro Gonçalves e António de Melo Pires na apresentação do novo Scirocco, em Palmela João Cordeiro

António de Melo Pires falava durante uma apresentação da nova versão do modelo Volkswagen Scirocco, que tinha sido esta quinta-feira revelado no salão automóvel de Genebra. O modelo, cuja nova versão significou um investimento de 21 milhões de euros na fábrica, é um dos quatro produzidos em Palmela, a par dos monovolumes Sharan (que representa a maior fatia de produção) e Alhambra (este da Seat) e do descapotável Eos, cujas vendas caíram significativamente – uma quebra que, justificou o presidente da Autoeuropa, tem afectado todos os carros deste género.

O presidente da empresa argumentou ainda que, “mais importante” do que o anúncio do novo modelo, é o facto de a fábrica já ter assegurado que vai ficar entre as que trabalharão com as novas plataformas da Volkswagen. Na gíria do sector, a plataforma é o nome do conjunto de especificações técnicas, componentes e métodos de produção que servem de base a diferentes modelos de automóveis, por vezes de marcas diferentes. “O mais importante é que tenhamos a garantia de que a nossa mudança para a nova geração de plataformas da Volkswagen seja feita e isso está garantido”, frisou Melo Pires.

A empresa espera também fazer este ano um investimento a rondar os 60 milhões de euros, aproximadamente o mesmo valor que foi investido ao longo de 2013. Presente na sessão de apresentação, o secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, afirmou que a Autoeuropa “conta com o Governo de Portugal na manutenção deste ritmo de investimento [e] de preferência no aumento” e elogiou a capacidade exportadora da fábrica.

A Autoeuropa pretende produzir entre 150 e 160 Scirocco por dia, o que aumentará a ocupação da mão-de-obra, mas “não vai garantir a ocupação total”, notou António de Melos Pires. A empresa tem hoje cerca de três centenas de trabalhadores na Alemanha. Praticamente todas as unidades do novo Scirocco serão exportadas, sobretudo para a China, Alemanha e Reino Unido. A produção dependerá “da procura do mercado chinês”, onde as vendas de automóveis têm vindo a aumentar, contrariamente ao que aconteceu nos anos recentes na Europa. Uma das cores do novo Scirocco (chamada pyramid gold) foi pensada precisamente para os consumidores na China.

De acordo com os dados mais recentes da empresa, relativos a 2012, a China foi o mercado para onde as exportações da Autoeuropa mais cresceram. Representaram naquele ano uma fatia de 18,9%, um pouco mais do dobro do ano anterior. A Alemanha foi o principal destino dos carros que saíram de Palmela, com este país a representar 27,9% do total. Em terceiro lugar surge o Reino Unido, com uma parcela de 8,1%.

A acompanhar uma contracção do mercado automóvel, a fábrica, que emprega cerca de 3600 pessoas, teve uma quebra de produção de 21% no ano passado, referiu ainda Melo Pires. Em 2012, a produção já tinha caído 15% face ao ano anterior. Actualmente, a empresa deverá representar “à volta de 3%” das exportações portuguesas, afirmou. Mas também é um dos grandes importadores: dados preliminares do Instituto Nacional de Estatísticas indicam que a empresa foi a terceira maior importadora no ano passado e a segunda maior exportadora, posição que tem desde 2010.

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Notícia actualizada às 19h40 com mais informação sobre o projecto Autoeuropa

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