Atenções do Eurogrupo viradas para Portugal na estreia da ministra das Finanças

Encontro de Bruxelas serve para debater a situação grega mas será também a primeira prova para Maria Luís Albuquerque.

Foto
Maria Luís Albuquerque sucede a Vítor Gapar na pasta das Finanças Nuno Ferreira Santos

Portugal não é um dos temas na agenda da reunião - que será focada na Grécia, em Chipre e na avaliação do programa de recapitalização da banca espanhola -, mas a situação do país “será de grande interesse”, como afirmou, na semana passada, um alto responsável do Eurogrupo.

A reunião acontece depois de o líder do PSD e primeiro-ministro, Passos Coelho, ter anunciado um entendimento político de Governo com o CDS-PP, no âmbito do qual Paulo Portas foi proposto para o cargo de vice-primeiro-ministro com a responsabilidade pela coordenação das políticas económicas e do relacionamento com a troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional).

No entanto, a crise política vivida em Portugal na semana passada, na sequência das demissões de Vítor Gaspar (ministro das Finanças) e de Paulo Portas (ministro dos Negócios Estrangeiros), deverá ser abordada no Eurogrupo. Caberá a Maria Luís Albuquerque - cuja nomeação motivou o pedido de demissão de Paulo Portas, mas que foi uma escolha elogiada a nível europeu - colocar os seus homólogos a par a situação portuguesa, naquela que será a sua “estreia” nos “palcos” europeus como titular da pasta das Finanças.

A indefinição política vivida em Portugal na semana passada provocou nervosismo nos mercados (os juros da dívida soberana subiram e o principal índice da bolsa de Lisboa registou perdas) e as agências de notação financeira aumentaram a pressão sobre o país.

Da Europa, chegou uma mensagem comum: a necessidade de Portugal continuar a aplicar o programa de assistência económica e financeira. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, sublinhou a importância de Portugal continuar a mostrar a mesma determinação na aplicação do programa e o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, considerou fundamental o fim da instabilidade política para que o país possa cumprir a tempo o programa. A troika deverá regressar a Lisboa no próximo dia 15 para a oitava avaliação da aplicação do programa de ajustamento.

Quanto à Grécia, estará em discussão o pagamento da próxima parcela da ajuda financeira, no valor de 8100 milhões de euros. O desembolso da verba chegou a estar em risco, caso não fosse alcançado um acordo entre o Governo de Atenas e a troika sobre as reformas pendentes antes da reunião do Eurogrupo, o que acabou por acontecer no sábado.