Asfalteiros para a Venezuela garantem 70% dos postos de trabalho nos estaleiros de Viana do Castelo

Trata-se da única encomenda activa na empresa, estando associada a um contrato de 128 milhões de euros.

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Construção dos asfalteiros foi anunciada em Abril, na sequência do encerramento da reprivatização da empresa Paulo Pimenta

Jorge Camões assegurou ainda que a empresa não será “uma fábrica de cimento ou de tijolos” porque a intenção do Governo, com a subconcessão dos terrenos onde actualmente operam os ENVC, é manter a actividade de construção naval.

Em declarações aos jornalistas no Cais do Bugio, aonde chegou o primeiro carregamento de aço necessário ao cumprimento do contrato de 128 milhões de euros celebrado em 2010 com a PDVSA (Petróleos da Venezuela), Jorge Camões explicou que o plano de trabalho irá ocupar “cerca de 70% da capacidade de mão-de-obra da empresa” nos próximos dois anos e meio a três anos e haverá períodos de produção em que será necessário recorrer “à subcontratação de algumas especialidades”. De acordo com o responsável, a entrega dos dois navios asfalteiros está prevista para meados e final de 2015, respectivamente.

Esta segunda-feira, chegou a Viana do Castelo, por via marítima, o primeiro carregamento de 1500 toneladas de aço, perto de 15% do total da matéria-prima necessária. O aço foi adquirido a um fornecedor da Macedónia por 890 mil euros. A partir de agora, o aço começará a ser cortado, com recurso às tecnologias de plasma e oxicorte, para que, até 30 de Junho, o contrato com a Venezuela esteja em cumprimento. Para Jorge Camões, a chegada deste material foi um “momento muito importante”, por representar uma “prova” e um “sinal positivo” de que a construção naval “é para continuar” na região.

Quanto ao lançamento do concurso público para a subconcessão dos terrenos onde actualmente operam os ENVC, que foi anunciada pelo Governo em Abril, na sequência do cancelamento da privatização da empresa, Jorge Camões não adiantou pormenores. Afirmou apenas que a intenção do Governo é manter a actividade de construção naval. “A ideia é que o subconcessionário mantenha e amplifique esta actividade naval. Vai ser prevista esta actividade. Não será, por exemplo, uma fábrica de cimento ou de tijolos”, sustentou.

A construção dos asfalteiros para a Venezuela é, nesta altura, o único contrato activo na carteira de encomendas dos ENVC. No entanto, Jorge Camões garantiu que a empresa continua à procura de novos contratos. “Os estaleiros continuam a negociar. Estamos a concorrer e enviamos orçamentos a armadores que nos solicitam”, adiantou.

O arranque da construção dos dois asfalteiros foi anunciado em Abril passado pelo ministro da Defesa, na sequência do encerramento do processo de reprivatização da empresa, devido à investigação aberta por Bruxelas às ajudas estatais concedidas entre 2006 e 2011, no valor de 181 milhões de euros.

 

 
 

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