Centrais sindicais unem-se nas críticas às propostas do FMI
CGTP e UGT contestam sugestões do FMI para reforma das funções do Estado.
Para a central sindical, as sugestões do FMI para a reforma do Estado em 2014 confirmam ainda “o falhanço absoluto das políticas de implementação do memorando da troika”.
Em declarações à Lusa, Arménio Carlos realça ainda o facto de as sugestões irem ao encontro do condicionamento de serviços de saúde, educação e Segurança Social e não passarem pelo fim das parcerias público-privadas (PPP) e dos benefícios fiscais para as grandes empresas.
O Jornal de Negócios divulgou nesta quarta-feira as medidas propostas pelo FMI ao Governo para que este atinja o objectivo de 4000 milhões de euros no corte das funções do Estado em 2014. De entre os vários caminhos propostos, destaque para a sugestão de cortes de até 20% dos funcionários do Estado e redução de até 7% dos salários. <_o3a_p>
Para além dos cortes na função pública, o FMI sugere ainda um corte nas pensões da Caixa Geral de Aposentações na ordem dos 20% e um aumento nas taxas moderadoras. <_o3a_p>
“Este Governo continua a apostar na recessão económica com tudo aquilo que lhe está subjacente”, afirmou nesta quarta-feira o secretário-geral da CGTP. <_o3a_p>
Arménio Carlos argumenta que “é preciso acabar com o memorando [de entendimento da troika], porque ele se tornou no problema que impede as soluções para o país” e é também “preciso acabar com a política de direita, porque ela acentua ataques sem precedentes à democracia, à soberania e a direitos fundamentais da população”.
A UGT junta-se à CGTP e condena as propostas do FMI. Para João Proença, os cortes sugeridos "são absolutamente inaceitáveis".
Para João Proença, as sugestões do Fundo Monetário Internacional “vão destruir a função pública” e levar a “um pior Estado social”. O secretário-geral da UGT afirmou nesta quarta-feira que as conclusões do relatório do FMI “são absolutamente inaceitáveis”.
“Não é aceitável que se ponha em causa a Constituição, que se destrua a vida das pessoas e que não haja qualquer nível de preocupação com a melhoria do funcionamento da administração pública”, disse o líder da UGT à Lusa.