Angola será o maior destino de investimentos no petróleo nos próximos dois anos, prevê consultora
"Esperamos que Angola mantenha a posição de principal destino de investimento dentro da indústria do petróleo", afirma o Relatório sobre Gás e Petróleo em Angola, sublinhando que apesar de se antever um abrandamento da produção de petróleo, os planos para novos projectos vão garantir um crescimento forte durante grande parte do período em análise – 2014 a 2018.
O documento cita o responsável da Sonangol em Luanda, Domingos Cunha, para sustentar que os próximos tempos serão muito atarefados, tendo em conta o lançamento de explorações na área do pré-sal, uma camada por baixo do fundo do mar, que as autoridades angolanas acreditam ter enorme potencial, à semelhança do Brasil.
"Antecipamos uma temporada atarefada de perfuração nos próximos trimestres, com 32 poços planeados em Angola este ano, incluindo 15 que vão testar as formações de pré-sal", lê-se no relatório, que explica que os 32 poços de 2014 contrastam com apenas dois no ano passado.
O responsável da Sonangol, aliás, é ainda citado para explicar que, até 2022, o número médio de poços vai ser, no total, de 25, e não apenas no pré-sal.
Na mesma altura em que foi divulgado este relatório sobre o sector do petróleo, a BMI lançou também outra análise sobre o ambiente empresarial em Angola, na qual estima que o crescimento económico vai acelerar nos próximos trimestres, alicerçado num grande programa de investimentos públicos e nas novas capacidades de produção petrolífera: "Prevemos que o PIB real cresça 7,3% em 2013, e depois 7,4%, em média, entre 2014 e 2018", lê-se no Relatório de Perspetivas Empresariais de Angola.
Pese embora as tensões políticas que "subiram muito nos últimos meses e que deverão continuar altas dada a proximidade das eleições e o aumento da frustração com a Presidência de José Eduardo dos Santos", os analistas da BMI estimam que a inflação se mantenha controlada este ano, "oscilando entre 8 e 9,5%".
Sobre o ano passado, a BMI reviu em baixa a previsão de crescimento da economia, de 7,1% para 5,3%, essencialmente devido à seca, aos projectos adiados e à reduzida produção petrolífera, e estima que o défice das contas públicas tenha melhorado de 2,7% do PIB para 2,1, motivado pela diminuição de despesa pública face ao inicialmente previsto.