Alemanha diz que proposta grega é insuficiente

Exigência de extensão do programa da troika não é cumprida, diz Alemanha. Grécia responde que a decisão é do Eurogrupo.

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Wolfgang Schäuble não gostou da proposta grega

O porta-voz do Ministério das Finanças da Alemanha, Martin Jaeger afirmou, num comunicado citado pela agência Reuters, que “a carta de Atenas não é uma proposta que conduza a uma solução substancial”. O problema de Berlim com o pedido grego é o de que não aponta para uma extensão do actual programa da troika.

“Na verdade, vai na direcção de um financiamento ponte, sem cumprir as exigências de um programa”, afirma, concluindo que “a carta [do Governo grego] não cumpre os critérios acordados pelo Eurogrupo na segunda-feira”.

Entretanto, o Governo grego já deu a sua resposta ao ministro das Finanças da Alemanha: a decisão compete ao grupo de ministros das Finanças da zona euro. “O Governo grego apresentou uma carta ao Eurogrupo requerendo uma extensão por seis meses do acordo de empréstimo. Amanhã, o Eurogrupo só tem duas opções: aceitar a proposta grega ou rejeitá-la”, disse fonte oficial do Governo grego à Reuters.

A decisão do Eurogrupo "deixará claro quem quer uma solução e quem não a quer", disse a mesma fonte.

A proposta apresentada esta quinta-feira pela Grécia ao Eurogrupo tem como objectivo assegurar o financiamento do país até que seja possível um novo “acordo de crescimento” entre a Grécia e a zona euro para o período de 2015 a 2019. Para tentar obter o acordo dos outros países da zona euro, o Executivo grego, de acordo com o documento da proposta a que a agência noticiosa teve acesso, compromete-se a manter um “equilíbrio orçamental” durante os seis meses de extensão dos empréstimos e a cumprir todas as suas obrigações com os credores. A Grécia aceita também que as instituições que compõem a troika possam monitorizar o cumprimento dos compromissos assumidos e garante que não irá adoptar medidas unilaterais que ponham em causa as metas orçamentais, a retoma económica e a estabilidade financeira.

No entanto, o Governo grego continua a dizer que “fiel aos seus compromissos, não pediu uma extensão do resgate”. E inclui medidas destinadas a combater “a crise humanitária grega”, prevendo também a discussão durante os próximos seis meses das metas para o excedente orçamental primário e de um eventual novo alívio da dívida. “A proposta respeita o mandato popular, defende a dignidade da sociedade e, ao mesmo tempo, pode ser aceitável para os nossos parceiros”, disse um responsável do Governo grego à Reuters.

Em Bruxelas, a proposta grega parece ter sido mais bem recebida do que em Berlim. “O senhor Juncker manteve numerosos contactos durante toda a noite e viu sinais positivos nesta manhã, na carta” que Atenas enviou aos parceiros europeus, disse um porta-voz do presidente da Comissão Europeia, citado pela AFP.

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