Acções da Espírito Santo Saúde negoceiam a preços da OPA
Títulos do grupo que detém o Hospital da Luz e gere o Hospital de Loures chegaram a superar o valor da oferta da Àngeles.
A contrapartida de 4,30 euros oferecida pelos mexicanos pelo capital da empresa que detém o Hospital da Luz e gere o Hospital de Loures incorpora um prémio de cerca de 9% por título face ao valor da última negociação (3,94 euros) e valoriza a ESS em 410 milhões de euros.
A operação pode conter o crime de abuso de informação privilegiada. Isto porque, na véspera do anúncio da operação (na segunda-feira), o grupo mexicano continuou a comprar acções da ES Saúde, algo que já vinha fazendo desde 18 de Julho.
No dia em que se fez o anúncio da OPA ficou a saber-se que a posição acumulada pelo grupo mexicano e pelos seus responsáveis directos já superava os 2%, ou seja, era já uma participação qualificada.
No seu site, a CMVM refere que há uma “hipótese de abuso de informação privilegiada” quando "uma entidade emitente inicia o processo de eventual lançamento" de uma OPA e “antes da decisão final vários administradores compram para si e para a própria empresa acções da entidade visada”.
A ES Saúde, que entrou em bolsa em Fevereiro, com um preço inicial de 3,20 euros por acção, é detida maioritariamente pela Rioforte, holding não financeira do Grupo Espírito Santo (GES) que em Julho apresentou um pedido de gestão controlada ao Tribunal do Comércio do Luxemburgo. Esta empresa é dona de 55% da ESHCI, que,por sua vez, detém 51% da ES Saúde. Há 49% dispersos em bolsa.