Uma selecção “sem futebol”, “medíocre” e sem Ronaldo salvador da pátria
Imprensa internacional muito crítica sobre o Mundial de Portugal. Cristiano Ronaldo “não salvou a pátria”.
El País: “Uma selecção sem futebol, nem futebolistas”
O título do El País é “o golo mais triste de Cristiano Ronaldo”, mas na crónica de Ramon Besa é feito um diagnóstico arrasador: “Cristiano Ronaldo não está bem e Portugal é uma selecção desgastada, sem futebol, nem futebolistas, necessitada de uma profunda renovação, depois da saída do Brasil.” O jornal de Madrid escreve ainda que Cristiano “não teve a sorte, nem a precisão de remate” habituais.
Guardian: Demasiado tarde
O jornal inglês diz que Portugal finalmente conseguiu uma vitória, graças ao primeiro golo de Cristiano Ronaldo no Mundial. “Mas era caso para dizer que foi pouco e tarde para o jogador e o país.” Stuart James lembra que a queda portuguesa começou no jogo com a Alemanha, “quando Pepe foi expulso e Portugal perdeu por 4-0.” “Foi que os estragos foram feitos.”
El Mundo: Nem milagre, nem Cristiano, nem Portugal
Críticas, muitas críticas. É assim a avaliação do El Mundo à selecção portuguesa, glosando com Éder, com os “centros deploráveis” de Miguel Veloso e com a qualidade do futebol da selecção portuguesa: “Dá medo vê-los jogar”, escreve Manuel Jabois. “Não foi o Mundial de Cristiano Ronaldo”, acrescenta o jornalista do diário desportivo espanhol, dizendo que faltou ao capitão português o que distingue os bons jogadores das estrelas. “A ocasião foi celebrada desde o primeiro minuto pela legião dos que os odeiam intimamente". "[Houve] Fogo sobre um jogador que veio lesionado liderar uma selecção medíocre.”
New York Times: A ajuda de Portugal
O diário norte-americano não aprofundou a análise à selecção portuguesa, mas destaca na primeira página do seu site a ajuda que Portugal deu à selecção norte-americana. “Felizmente, Portugal de Cristiano Ronaldo ganhou”, escreve Sam Borden. É que se o Gana tivesse vencido, os EUA eram eliminados. Sobre o jogo em Brasília, o Times resumiu em título: “Portugal ganhou e vai para casa, o Gana só vai para casa.”
Le Monde: Ronaldo incapaz de salvar a pátria
Como em quase todo o mundo, também o francês Le Monde centra em Cristiano Ronaldo a análise à eliminação da selecção portuguesa: “Ronaldo deixa o Mundial 2014 com um golo e uma assistência, estatísticas miseráveis. Mais uma vez, ele falha o seu Mundial”, escreve Benoît Hopquin, para quem o golo marcado ao Gana é uma metáfora do que foi este Mundial do jogador português: "Indigno do seu valor, pior do que a sua classe natural.” O jornal francês acrescenta que Ronaldo desta vez não salvou a pátria e viu uma selecção portuguesa algo “indigente”: “Este não foi o Portugal do jogo vivo, imprevisível, com o registo técnico dos bons tempos”, escreve o cronista, para quem esta equipa “pareceu um agregado de jogadores, pesados, afectados sem coerência”. “Ronaldo, errante como uma alma penada, pedia bolas que não chegavam ou lançava companheiros que não corriam”.
Marca: Um Cristiano sem armas temíveis vai de férias
“Cristiano Ronaldo chegou tarde ao Mundial”, escreve o jornal desportivo de Madrid, cujo título é igualmente centrado no avançado do Real Madrid: “Cristiano vai de férias”. Santiago Siguero faz um balanço negativo da actuação de Portugal e do capitão português. “Cristiano esteve no Brasil em corpo, mas não em espírito. Os seus problemas no joelho e todo o circo montado à sua volta, afastaram o craque português do Mundial antes de tempo.” O cronista da Marca escreve ainda que Ronaldo finalmente marcou, mas também diz que as armas que convertem Ronaldo num “jogador temível não o acompanharam”.
AS: Ronaldo volta a casa, para alívio do Real Madrid
O jornal desportivo de Madrid destaca que Cristiano regressa a casa e que essa é uma boa notícia para os adeptos do Real Madrid, que “temiam pelo estado físico do seu craque”: “O Madrid respira com tranquilidade. É que agora o avançado terá quase um mês para descansar e recuperar da tendinite que tem no joelho esquerdo e que o levou a disputar o torneio em inferioridade física.”