Só boas notícias em Alvalade: fim do “jejum” de Montero e Sporting no topo

“Leões” sobem à liderança da classificação, a par do Benfica, com uma goleada (4-0) ao Paços de Ferreira. Foi a quarta vez que a equipa de Leonardo Jardim venceu por uma margem de quatro golos na Liga.

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Os jogadores do Sporting golearam o Paços de Ferreira Francisco Leong/AFP

Desde o pontapé de saída que se percebeu que o golo do Sporting era uma questão de tempo. O Paços de Ferreira foi uma equipa inofensiva em Alvalade: ancorados no meio-campo defensivo e actuando de forma extremamente compacta, os visitantes esperavam adiar ao máximo o golo “leonino”, de forma a capitalizar a eventual pressão que o Sporting sentisse pela hipótese de chegar à liderança.

Mas, pelo menos no papel, o adversário inspirava respeito. Desde 2005-06, ano em que o Paços regressou à I Liga, os embates a contar para o campeonato têm sido marcados pelo equilíbrio: o Sporting venceu sete vezes, apenas mais uma do que os pacenses, tendo-se ainda registado três empates. E não fora assim há tanto tempo que os “leões” tinham perdido frente ao Paços de Ferreira: em Janeiro deste ano, a formação então orientada por Franky Vercauteren foi batida em casa, na 13.ª jornada da Liga 2012-13. São 11 meses e um mundo de diferenças a separar os dois jogos. Em Janeiro a vitória permitiu ao Paços de Ferreira segurar a quarta posição na tabela, enquanto o Sporting caiu para 12.º. Com o triunfo obtido ontem, o Sporting está na liderança e o Paços de Ferreira na zona de despromoção, em penúltimo.

O Sporting precisou de 15 minutos para chegar ao golo. Ricardo fez um corte providencial após remate de André Martins, e no pontapé de canto que se seguiu William Carvalho surgiu, de cabeça, a inaugurar o marcador.

Mesmo em desvantagem, a postura do Paços de Ferreira não mudou um milímetro. O lance mais vagamente parecido com uma ocasião de perigo — e estamos a ser generosos — foi um livre, com a bola a ser colocada na área onde Cédric cortou para canto.

Ao intervalo o Sporting devia um golo a si próprio: um disparate de Ricardo deixou a bola à mercê de Fredy Montero. O colombiano avançou para a área e rematou cruzado, mas a bola saiu ao lado.

A redenção surgiu logo no início do segundo tempo. Carrillo, que voltou a ser titular mas não deslumbrou, avançou pelo lado esquerdo e serviu o colombiano, que só teve de encostar para o 2-0. Era o ponto final num “jejum” de seis semanas (quatro jogos, três deles no campeonato) sem marcar.

Só aos 68’ o Paços de Ferreira deu sensação de perigo: Caetano, no lado esquerdo, rematou cruzado e acertou na malha lateral da baliza de Rui Patrício. Mas a equipa de Henrique Calisto ruiu como um castelo de cartas três minutos depois. Filipe Anunciação cortou com a mão uma bola cabeceada por Montero e foi expulso. O colombiano não desperdiçou o penálti, apontando o 11.º golo no campeonato.

Só então o técnico do Paços de Ferreira reagiu, lançando um avançado. Mas era demasiado tarde, ainda que Bebé tenha sido protagonista da melhor oportunidade dos visitantes — o remate violento foi travado por Rui Patrício e na recarga Caetano atirou ao lado.

Para ver golos teria de se olhar para a outra baliza, onde aos 89’ André Martins estabeleceu o resultado final, na definição de um lance confuso.

Pela quarta vez na I Liga, o Sporting venceu por quatro golos de diferença e subiu à liderança. Ainda que a estrutura “leonina” continue a não querer ouvir falar nisso, há em Alvalade estofo de campeão.

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