Portugal campeão da Europa de ténis de mesa
Selecção derrotou a favorita Alemanha (3-1) em Lisboa e ganhou o Europeu por equipas.
Muitos adeptos e praticantes foram ao Meo Arena, em Lisboa, apoiar a selecção contra a Alemanha. Um deles era o primeiro-ministro — Pedro Passos Coelho deslocou-se ao ex-Pavilhão Atlântico e assistiu à final.
No primeiro jogo, Freitas defrontou Steffen Mengel, numa disputa em que se assistiu a bolas longas e duradoras, com os jogadores a serem obrigados a afastar-se bastante da mesa e a usar da força, num desempenho desgastante para os atletas, mas que empolgou a audiência.
Coube a João Monteiro o confronto com o n.º 2 da Europa, Timo Boll. A Alemanha venceu por 3-0. À excepção do segundo set, que correu bastante mal ao jogador da selecção portuguesa, João Monteiro disputou bem muitos dos pontos, nem sempre facilitando a vida ao opositor.
Seguiu-se Tiago Apolónia, que venceu Dimitrij Ovtcharov por 3-1, numa exemplar demonstração de autocontrolo e maturidade, tendo no segundo set obtido um memorável resultado de 11-2. Na memória ficará também o 10.º ponto do quarto set, em que a bola entrou pela parte lateral da mesa (ou seja, sem passar por cima da rede).
O atleta português conseguiu responder quase sempre com eficácia a um tipo de serviço que caracteriza o adversário, que flecte os joelhos de tal forma que quase desaparece do lado de lá da mesa, imprimindo à bola um efeito que parece contrariar as leis da física. Uma disputa em que se trocou de bola por três vezes, tal a intensidade de jogo.
O embate final, entre os dois esquerdinos e agressivos jogadores Marcos Freitas e Timo Boll, foi o mais espectacular e aquele em que os adeptos mais se fizeram ouvir. Não só pela dinâmica que imprimiram ao “duelo”, como pelo vislumbre da vitória portuguesa, que se confirmaria.
O pavilhão explodiu então de euforia, com a comitiva portuguesa a festejar abraçada no chão um inédito triunfo continental e logo perante uma selecção que é a número 1 do ranking europeu, campeã europeia ininterruptamente desde 2007 e vice-campeã do mundo.
Pedro Rufino, seleccionador nacional, lembrou que foi uma tarefa difícil: “Sofremos muito, mas encontrámos um caminho. Estes jogadores são fortes física e mentalmente. Merecem ser campeões da Europa.” E terminou acrescentando: “Se jogássemos contra eles [alemães] amanhã, seriam favoritos outra vez”, numa declaração que revela bem a qualidade do opositor.
A selecção nacional feminina também obteve o seu melhor resultado de sempre, 12.º lugar na I Divisão, e garantiu a presença no Europeu 2015, em Baku.