Pedro Proença escolhido para o Comité de Arbitragem da UEFA

“É mais um grande passo que dou na minha carreira”, diz o ex-árbitro.

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Pedro Proença deixou de ser árbitro em 2014 DAMIEN MEYER/AFP

“Pertencer a este painel onde estão não só os melhores árbitros do mundo como um conjunto de dirigentes que tem um passado que, só por ele, fala por si e é mais um grande passo que dou na minha carreira”, disse à agência Lusa Pedro Proença.

O ex-árbitro internacional, que colocou um ponto final na carreira em 2014, assegura que nas novas funções que vai desempenhar no Comité de Arbitragem da UEFA irá defender “não só a arbitragem nacional, como o próprio futebol português”.

“Vou poder, de alguma forma, participar naquilo que são as carreiras dos árbitros portugueses, possibilitando-lhes as novas tendências internacionais e, no fundo, desempenharei um lugar de destaque naquilo que é o panorama da arbitragem internacional”, sustenta.

Pedro Proença defende que, desta forma, pode trazer essas “boas práticas para aquilo que é a realidade portuguesa” e espera ser um “veículo transmissor de todos esses conhecimentos e introdutor das novas tendências técnicas e tecnológicas”.

“Poderemos ter amanhã uma arbitragem mais competente e um futebol mais profissional”, defende Pedro Proença, que entende a indigitação para este organismo como mais uma oportunidade para contribuir para uma arbitragem de excelência e, sobretudo, para uma arbitragem onde prevaleça a verdade desportiva”.

Sendo o Comité de Arbitragem da UEFA pautado por uma visão de vanguarda da actividade, Pedro Proença tenciona “estender esses valores a todos os países da UEFA e, em especial, à arbitragem portuguesa”.

“Terei, como me compete, uma particular preocupação para com a arbitragem nacional, procurando introduzir as melhores práticas já testadas na Liga dos Campeões ou em campeonatos como o italiano”, defende.

Ainda de acordo com Pedro Proença, Portugal “tem impreterivelmente de acompanhar os outros países europeus na modernização das suas competições, usando as tecnologias e os meios que outros já experimentaram com sucesso”.

“A nossa arbitragem tem de evoluir para um novo modelo de exigência e de mérito, para um novo nível de excelência profissional que só será possível alcançar se houver formação, condições de treino e de recuperação que possibilitem essa excelência. Só há desempenho de alto nível quando há um alto nível de condições para preparar esse mesmo desempenho”, disse.

O relançamento da arbitragem nacional é, para Pedro Proença, “fulcral para que os árbitros portugueses possam voltar a ser presença assídua nos patamares internacionais mais elevados”.

Pedro Proença considera que tem a plena convicção de ter uma larga experiência e capacidade de escrutínio para contribuir positivamente para esse processo de afirmação do mérito, da competência, do profissionalismo e da verdade desportiva.

“A verdade desportiva é a causa para a qual sempre me preparei, pela qual sempre lutei e pela qual, seja qual for o lugar que desempenhe no mundo do futebol, sempre lutarei”, defende Pedro Proença.

Em jeito de balanço, Pedro Proença considera-se um privilegiado.

“Fiz uma carreira fantástica que me encheu de alegria e orgulho e tive a sorte e possibilidade de estar nos maiores palcos nacionais e internacionais”, aponta Pedro Proença.

O ex-árbitro reconhece que terminou a carreira no momento em que decidiu que era altura de fechar um ciclo e afirma estar extremamente “satisfeito e orgulhoso” por tudo aquilo que fez e que já mereceu reconhecimento nacional e internacional.

Pedro Proença, olhando para trás, não sente nenhuma mágoa em relação à sua carreira, que considera “caso único em Portugal”.

“Tive a sorte e o privilégio de arbitrar uma final da Liga dos Campeões, uma final de um campeonato da Europa e estive na iminência de dirigir uma final de um Campeonato do Mundo e quando assim é só temos que estar satisfeitos com o que fizemos”, disse.

Pedro Proença realçou ainda o feito face à dimensão de Portugal e dos seus 10 milhões de habitantes.

“Portugal tem um futebol altamente competente e, portanto, quando temos dos melhores jogadores, dos melhores treinadores, das melhores equipas e das melhores selecções poder estar integrado neste lote é sinal de grande satisfação”, explicou Pedro Proença.

Quanto ao futuro da arbitragem nacional, Pedro Proença está tranquilo.

“Uma das grandes satisfações quando deixei a arbitragem foi ter a garantia e a certeza de que a arbitragem no futuro estará absolutamente garantida e defendida por aqueles que são os novos valores da arbitragem portuguesas”, afirmou.

O ex-árbitro abordou ainda a sua relação de proximidade com o ex-árbitro italiano e actual dirigente arbitral Pierluigi Collina.

“Eu tenho uma relação de grande estima, consideração e amizade com Pierluigi Collina e sei que ele terá tudo feito para que eu viesse a compor este painel da UEFA”, refere Pedro Proença.

Ainda segundo o ex-árbitro, “Pierluigi Collina foi uma das pessoas que apostaram fortemente na arbitragem portuguesa nos últimos anos e proporcionaram aos árbitros lusos a possibilidade de estar em grandes competições, em grandes torneios e em grandes palcos”.

“É um bom amigo que eu vou encontrar nestas funções da UEFA”, garantiu.