Os compatriotas Dortmund e Bayern jogam agora pela glória europeia

O campeão alemão parte como favorito mas o Borussia Dortmund já provou ter qualidade para contrariar prognósticos.

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Franck Fife/AFP
O título de melhor da Europa será disputado pela primeira vez por duas das suas equipas, precisamente os seus dois maiores embaixadores, os que melhor representam uma Bundesliga que respira saúde: estádios cheios, finanças controladas, futebol intenso, atractivo e ofensivo, muitos golos e uma extensa lista de talentos formados localmente.

Esta será a terceira final da Liga dos Campeões para o Bayern nas últimas quatro épocas - e a décima no total -, mas houve uma altura, neste século, em que os clubes alemães estiveram afastados das decisões. Entre 2003 e 2010, nenhum dos seus representantes conseguiu chegar às meias-finais. Mas a tendência está invertida, com o Bayern de Jupp Heynckes à cabeça.

Depois da desilusão de perder a final da época passada nas grandes penalidades, em casa - a propósito, o único triunfo europeu do Dortmund aconteceu em Munique -, o Bayern volta a vestir o fato de favorito, dado o domínio interno demonstrado, o maior poderio económico e, também, os dois atropelamentos ao Barcelona nas meias-finais.

"Acho que não temos fraquezas. Disputámos muitos jogos sem sofrer golos ultimamente. Estamos muito confiantes para a final", afirmou Thomas Müller, o avançado que no ano passado colocou os bávaros a vencer o Chelsea aos 83", antes de Drogba empatar a dois minutos dos 90". "Já é tempo de vencermos o troféu", referiu, por entre elogios ao adversário, o alemão que foi titular nas duas finais perdidas, em 2010 e 2012.

Mas o Borussia Dortmund já mostrou nesta Liga dos Campeões que é óptimo a contrariar o rótulo de favorito dos adversários. Comandou um grupo com Real Madrid, Manchester City e Ajax, salvou-se miraculosamente nos quartos-de-final contra o Málaga e voltou a dominar o Real nas meias, contando com um "póquer" de Lewandowski. O treinador Jürgen Klopp admite que será necessário um jogo perfeito para vencer, mas é isso que a sua equipa vai tentar. "Temos de jogar muito bem, caso contrário não temos hipóteses."

Em 2003, durante uma grave crise financeira do Dortmund, o Bayern emprestou dois milhões de euros ao seu rival, mas as relações na actualidade não são as melhores. Um dos recentes motivos de fricção entre os dois clubes foi a contratação de Mario Götze pelo Bayern - além das notícias que dizem que Lewandowski seguirá o mesmo caminho. O internacional alemão é mesmo um dos grandes ausentes, por lesão, mas Grosskreutz, o seu provável substituto, não usa isso como desculpa. "Já vencemos o Bayern sem Götze", disse, referindo-se à final da Taça da Alemanha da época anterior (5-2).

Esta será a segunda final totalmente alemã na história das provas da UEFA. A outra aconteceu quando o Eintracht Frankfurt derrotou o Borussia Mönchengladbach na Taça UEFA de 1979-80. O treinador do Mönchengladbach nessa temporada? Heynckes.

 

 
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