O maior perigo para o FC Porto nos “oitavos” estará sentado no banco

Os portistas não se podem queixar da sorte e vão ter pela frente na próxima eliminatória da Liga dos Campeões o Basileia. Apesar de o favoritismo ser dos “dragões”, Paulo Sousa será um trunfo para os suíços

Foto
AFP

Fazer previsões sobre uma eliminatória da Liga dos Campeões a 66 dias de distância, quando pelo meio ainda há a reabertura do mercado de transferências, é quase como dar um tiro no escuro e no frente a frente entre FC Porto e Basileia, a imprevisibilidade ganha ainda mais força se levarmos em conta que os suíços acabaram de iniciar uma espécie de pré-época: a equipa de Paulo Sousa apenas volta a jogar oficialmente a 8 de Fevereiro, 10 dias antes de receber os “dragões”.

Porém, levando em conta essas mesmas condicionantes e a possibilidade de a CAN provocar dores de cabeça para Lopetegui até ao regresso da Liga dos Campeões (a final da campeonato africano de selecções disputa-se a 8 de Fevereiro e a Argélia de Brahimi é candidata a vencer a competição), nem o treinador português do Basileia, nem o técnico basco do FC Porto terão ficado insatisfeitos com o sorteio. E a mais de dois meses de se encontrarem no relvado do Saint Jakob Park, os técnicos deixaram elogios mútuos. Lopetegui diz que o Basileia vai “exigir o melhor do FC Porto”, Paulo Sousa afirma que os suíços vão defrontar “uma das equipas mais importantes da Europa”.

Todavia, restam poucas dúvidas que será o basco que perderá mais tempo a estudar o rival. Para o treinador português, o FC Porto não terá grandes segredos e nas nove semanas que faltam para começar a eliminatória, Paulo Sousa terá a oportunidade de acompanhar de perto a evolução dos “azuis e brancos”. Pelo contrário, Lopetegui e os seus colaboradores só em Fevereiro, quando regressar o campeonato suíço, podem ver “in loco” o adversário.

Jogos de espiões à parte, o Basileia actual, que lidera o campeonato da Suíça com oito pontos de vantagem sobre a concorrência e que apurou-se para os oitavos-de-final da “Champions” empurrando o Liverpool para a Liga Europa, é uma equipa sem grandes estrelas, mas muito versátil e consistente. Nas provas internas, Paulo Sousa tem montado a sua equipa preferencialmente em 4x2x3x1, mas nos duelos de grau de dificuldade elevado, o português apostou num maleável 5x4x1.

Nesta mutação entre os embates internos e os jogos da “Champions” onde o favoritismo está do outro lado, Derlis González tem assumido papel importante. O paraguaio, que teve uma passagem fugaz e discreta pelo Benfica, tem sido uma das armas de Paulo Sousa quando o técnico quer surpreender o adversário no contra-ataque. Na “Champions”, Derlis apenas não foi titular na recepção ao Liverpool e marcou ao Real Madrid e ao Ludogorets.

Analisando os helvéticos por sectores, na baliza o checo Vaclík é indiscutível, enquanto a defesa deverá ser formada pela dupla de centrais constituída pelo promissor Fabian Schär e por Marek Suchý, jogando o internacional sueco Behrang Safari na esquerda e o experiente Philipp Degen na direita. No meio campo, Paulo Sousa não deverá prescindir dos competentes Luca Zuffi, Taulant Xhaka e Fabian Frei, mas Shkëlzen Gashi é um dos principais perigos para o FC Porto: já marcou 13 golos nesta temporada. No ataque, há três candidatos para dois lugares. Para além de Derlis, Paulo Sousa conta com consagrado Marco Streller e Breel Embolo, um jovem de 17 anos, nascido nos Camarões, que esta época soma 11 golos em 20 jogos. 

Sugerir correcção
Comentar