Benfica marca posição e deixa Sp. Braga a 13 pontos de distância

Boa primeira parte da equipa de Jorge Jesus valeu triunfo em terreno habitualmente difícil. Problemas físicos obrigaram treinador a deixar Cardozo de fora, o que acabou por beneficiar os “encarnados”

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Salvio marcou o primeiro golo do Benfica Miguel Riopa/AFP

Para o técnico benfiquista, a vitória deste sábado foi, de resto, uma estreia, uma vez que, desde que trocou Braga pela Luz, nunca tinha conseguido vencer no estádio bracarense. Mas a vitória do Benfica até começou com uma “derrota” para o seu treinador. Óscar Cardozo ficou de fora do encontro devido a problemas físicos e Jesus teve que abdicar do 4x4x2, que tem sido o sistema favorito ao longo da temporada.

O treinador teve, por isso, que fazer uma concessão às suas opções habituais, mas teve o mérito de fazer desse aparente problema a mais-valia para a equipa no jogo deste sábado à noite. Face à ausência do seu melhor marcador, deixou Lima sozinho na frente de ataque, abdicando de Rodrigo, que seria o substituto esperado do avançado paraguaio. Em vez disso, o escolhido foi Ola John, fazendo derivar Gaitán para a posição “10”. O argentino teve liberdade de movimentos e o Sporting de Braga nunca soube bem como lidar com a sua presença na zona central do terreno.

Gaitán esteve ligado aos dois golos dos “encarnados”, fazendo a simulação que criou o espaço para o golo de Salvio, que abriu o marcador (5’), e lançando Lima no segundo golo (34’). Além disso, a igualdade numérica no meio-campo colocou dificuldades acrescidas ao Sp. Braga, que demorou algum tempo a encontrar a melhor forma de se reposicionar face à surpresa no “onze” benfiquista.

O Sp. Braga esboçou uma resposta aos 10 minutos, num cabeceamento de Haas, na sequência de um pontapé de canto: o defesa-central apareceu em boa posição e cabeceou para defesa apertada de Artur. Todavia, esse foi um lance de bola parada, porque, em termos de construção, a formação da casa demorou a encontrar-se. Só depois dos primeiros 20 minutos, os “arsenalistas” conseguiram pôr em prática o seu futebol de ataque.

A melhor fase dos jogadores da casa surgiu a meio da primeira parte. Primeiro Éder (21’), lançado por Alan, aparece solto para dar o primeiro aviso, num remate interceptado pela defesa do Benfica. Aos 27’, Alan tinha tudo para marcar, depois de um alívio incompleto de Luisão, mas preferiu fintar o adversário antes de rematar à baliza e acabou por atingir o corpo do capitão do Benfica. Quando o Sp. Braga dava sinais de querer reentrar no jogo, o Benfica marcou o segundo golo. Lima rematou à baliza de ângulo apertado e fez o golo, mercê de uma intervenção infeliz de Beto.

Até ao intervalo, o jogo não voltou a ter lances de perigo e assim continuou no início da segunda metade. Só à entrada da última meia hora do encontro é que o golo voltou a rondar as balizas. Primeiro por Éder (63’), que conseguiu finalmente encontrar espaço entre os defesas do Benfica e rematou com o pé direito para defesa de Artur. Dois minutos depois, Salvio respondeu, tirando um adversário do caminho antes do remate, desviado por Beto.

À entrada para o último quarto de hora, o Sp. Braga chegou ao golo, através de João Pedro. O jovem contratado no mercado de Inverno à Naval, desmarcou-se bem nas costas da defesa contrária, contornou Artur e reduziu a desvantagem. Cresceu a equipa de José Peseiro, que podia ter chegado ao empate aos 81 minutos, num bom lance de ataque concluído por Mossoró com um remate que saiu frouxo.

Os bracarenses ameaçavam chegar novamente à igualdade, mas a cinco minutos do fim Haas viu o cartão vermelho directo por travar Lima, numa falta cometida a meio do seu meio-campo, mas em que impediu o avançado (numa posição de difícil análise quanto a um eventual fora-de-jogo) de ficar isolado frente a Beto. A expulsão acabou com as esperanças do Sp. Braga e confirmou o triunfo do Benfica.

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