Novos protestos contra o Mundial no Brasil
Manifestações contra a Copa com menor adesão do que protestos convocados por sindicatos.
Os protestos começaram de forma pacífica, mas os ânimos aqueceram com a chegada de reforços policiais. Um grupo de manifestantes montou barricadas e queimou pneus. A polícia respondeu com granadas de gás lacrimogéneo. Um concessionário da Hyundai, patrocinadora do Mundial, foi vandalizado, ficando com vidros partidos.
Nas ruas, viram-se cartazes com palavras de ordem como “FIFA, vai para casa” ou “A Copa sem povo, tô nas ruas”. Segundo a edição online do jornal O Globo, não seriam mais de 1200 pessoas, bem menos do que os compareceram, horas antes, em várias manifestações convocadas pelos sindicatos, incluindo cinco mil professores da rede municipal de ensino.
No Rio de Janeiro, também houve protestos, com manifestantes (cerca de 1300) a bloquearem duas das principais avenidas da cidade, mas sem registo de incidentes. Em Brasília, a manifestação mais numerosa foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Tecto (MTST), que chegaram a ocupar a sede da empresa pública proprietário do estádio Mané Garrincha, um dos recintos do Mundial.
Os protestos contra o Mundial deste ano prometem ser um dos grandes desafios para a Presidente Dilma Rousseff, depois de a contestação social ter marcado a Taça das Confederações, em 2013. Além dos protestos exigindo mais e melhor educação e saúde, os preparativos para o Mundial 2014 têm ficado marcados pelos atrasos e pela derrapagem nos custos.
Quinta-feira, Dilma rebateu as críticas aos gastos na organização do Mundial de futebol e pediu aos brasileiros para serem “hospitaleiros”: “Esse compromisso do brasileiro com a boa recepção é algo que faz parte da cultura, da alma, do ânimo do povo brasileiro”, disse a Presidente, citada pelo jornal O Globo.
A Presidente, que falava num encontro com jornalistas de Desporto, mostrou-se convicta que a contestação vai acalmar com o início da competição: “Na hora de a onça beber, este país vai endoidar”.