“Não sou da SAD do FC Porto”, diz Miguel Sousa Tavares

Cronista foi alvo de um processo movido pelos "dragões" no valor de um milhão de euros.

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Miguel Sousa Tavares diz que há vários anos não fala com Pinto da Costa Bruno Simões Castanheira

“A acção que a SAD do FC Porto entendeu pôr-me, reclamando um milhão de euros por danos que eu lhes teria causado ao manifestar a minha opinião descrente sobre os valores que o Moreirense terá recebido pela venda de Ghilas, é uma ofensa, que recebo como tal”, escreveu Miguel Sousa Tavares na crónica que assina na edição desta terça-feira do diário desportivo A Bola. “Causa-me revolta e mágoa, mas não me intimida – e não tenho uma dúvida que esse é o seu objectivo principal”, acrescenta.

Miguel Sousa Tavares tinha manifestado estranheza relativamente ao valor que o FC Porto terá pago ao Moreirense pelo avançado argelino Ghilas. De acordo com a informação prestada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no relatório e contas consolidado do primeiro semestre de 2013-14, a aquisição de 50% dos direitos económicos de Ghilas, realizada em Julho de 2013, custou aos “dragões” 3,8 milhões de euros.

“Com certeza [que mantenho a estranheza em relação ao custo do Ghilas]. Eu e toda a gente”, reforçou Miguel Sousa Tavares, em entrevista à revista Sábado, acrescentando: “Ainda não fui citado, embora conheça a acusação toda. Houve uma tentativa de acordo, mas eu e o advogado de A Bola concluímos que não havia nenhuma vontade de chegar a acordo com os advogados do FC Porto, nenhuma”.

O cronista explicou ainda na mesma entrevista que não fala com Pinto da Costa há vários anos e não coloca a hipótese de vir a falar com o presidente do FC Porto sobre este processo. “Não [admito essa possibilidade]. Como a indemnização é muito alta, implica desde logo o pagamento de uma elevada quantia. Implica, além dos honorários do advogado, desde logo o pagamento de 1600 euros de preparo para a defesa”, esclareceu.

Apesar disso, na sua crónica n’A Bola Miguel Sousa Tavares manifesta confiança na vitória nos tribunais e garante que manterá a independência para criticar as opções do clube. “Acredito que vamos ganhar a acção. Porque vivemos num país onde a opinião é livre, embora isso custe ainda a aceitar a muita gente. E porque o que escrevi não foi uma opinião qualquer, mas sim fundamentada em factos que toda a gente ligada ao futebol conhece e todos os portistas reconhecem”, escreveu.

“Continuarei a criticar treinadores, jogadores ou administradores da SAD do meu clube sempre que, em consciência, sinta que tenho o direito ou o dever de o fazer”. “Daqui a uns anos veremos de que lado estava a razão”, concluiu Miguel Sousa Tavares.

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