Médicos procuram ganhar tempo para salvar vida de Schumacher

Ex-piloto permanece em estado crítico. Autoridades judiciais francesas abriram investigação ao acidente.

Schumacher a esquiar em Itália a 16 de Janeiro de 2004
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Schumacher a esquiar em Itália a 16 de Janeiro de 2004 Reuters
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Neurocirurgiões e pessoal médico do Centro Hospital Universitário de Grenoble na conferência de imprensa de segunda-feira AFP/Philippe Desmazes
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O cume do Dente de Burgin, na estância de Méribel, onde o antigo piloto alemão sofreu o acidente AFP/Jean-Pierre Clatot
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Um tifosi deixa bandeiras da Ferrari junto à urgência do hospital francês Reuters/Charles Platiau
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A estância de Méribel, nos Alpes freanceses, é uma das mais procuradas pelos praticantes de esqui Reuters/Ruben Sprich
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O Centro Hospital Universitário de Grenoble, onde Schumacher está internado desde domingo AFP/Jeff Pachoud
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Schumacher, sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, celebra a vitória em Xangai a 1 de Outubro de 2006 AFP/Mark Ralston
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Placa à entrada de Manheim, a cidade onde Schumacher cresceu AFP/Patrik Stollarz

“Podemos falar de risco de vida. Ele está a ser reanimado. A sua condição é muito grave”, disse Jean-François Payen, chefe do serviço de reanimação do Hospital de Grenoble, citado pela AFP. Familiares, amigos e adeptos de Fórmula 1 esperam o melhor mas preparam-se para o pior.

“Ainda não nos podemos pronunciar sobre o futuro de Michael Schumacher”, acrescentou Payen, explicando que o ex-piloto de Fórmula 1 — que cumprirá na sexta-feira o seu 45.º aniversário — sofreu “lesões difusas e graves”, apesar de usar um capacete quando esquiava em Méribel. O que foi determinante para Schumacher sobreviver ao acidente: “Alguém que sofresse um choque deste tipo sem capacete certamente não chegaria cá”, sublinhou o médico.

Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, embateu com a cabeça numa rocha, quando esquiava fora da pista da estância de Méribel, nos Alpes franceses. O procurador de Albertville abriu uma investigação para apurar as causas do acidente. Philippe Quincy explicou à agência Reuters que a violência do embate fez com que o capacete se partisse em dois.

“Sabemos que o acidente ocorreu numa zona fora dos trilhos, onde as rochas estão parcial ou totalmente escondidas pela neve”, disse, admitindo ser provável que o ex-piloto alemão tenha perdido o equilíbrio numa dessas rochas, antes de cair e embater com a cabeça.

O sete vezes campeão mundial de Fórmula 1 chegou à unidade hospitalar de Grenoble em coma e com “um traumatismo craniano grave”, já depois de ter passado pelo hospital de Moûtiers. Foi submetido imediatamente a uma intervenção neurocirúrgica em condições de hipotermia (34 a 35 graus), “para reduzir o estímulo natural de consumo de oxigénio no seu cérebro”, disse Payen.

Geralmente são necessárias 48 horas, ou mais, para poder tirar uma conclusão” relativamente a um traumatizado, explicou à AFP o professor da Faculdade de Medicina de Angers Jean-Luc Truelle. Nesse período, o estado clínico pode agravar-se ou melhorar, acrescentou.

Angústia em Kerpen
“Todos sabemos que ele é um lutador e não vai desistir”, podia ler-se na mensagem colocada pela família do ex-piloto na página oficial de Schumacher na Internet, onde se agradecia também todo o apoio recebido. E ele surgiu de todos os lados. A chanceler Angela Merkel confessou-se “abalada”. O compatriota Sebastian Vettel, conhecido como “Baby Schumi”, admitiu estar “em choque”. “Espero que melhore tão rápido quanto possível”, disse o campeão mundial em título da Fórmula 1. No Twitter, Felipe Massa, ex-colega de equipa, escreveu: “Que Deus te proteja, meu irmão”. “Todos na Ferrari estão num estado de ansiedade desde que se soube do acidente de Michael Schumacher”, anunciou a ex-equipa do alemão.

Kerpen, a localidade onde Michael Schumacher cresceu, viveu um dia de frio e angústia, à espera de notícias do mais ilustre filho da terra. “O clube de fãs e muitos habitantes estão inquietos, não só pelo campeão de Fórmula 1 mas pelo homem”, disse à AFP a presidente da Câmara de Kerpen, Marlies Sieburg, acrescentando que Schumacher é reconhecido “não só pelos seus feitos desportivos mas também porque soube continuar a ser simples”. “Podia ser um de nós.”
 

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