Jogadores do FC Porto defendem continuidade de Vítor Pereira

Os tricampeões nacionais de futebol reconheceram que a época foi difícil e de grande pressão.

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Nuno Alexandre Mendes

"Ao longo do ano, [Vítor Pereira] demonstrou que tem qualidade suficiente [para continuar no FC Porto], mas não sou eu nem os outros jogadores que temos de opinar sobre isso [continuidade ou não do treinador]”, defendeu o médio João Moutinho.

Para o jogador, que considerou terem sido alcançados os objectivos da época, a direcção liderada por Pinto da Costa tem de decidir o que é melhor para o clube, que está sempre à frente.

“Foi uma época com altos e baixos em que nos quiseram deitar mais abaixo, só que conseguimos reagir como equipa e demonstrámos que tínhamos capacidade para conquistar o campeonato”, disse João Moutinho.

O jogador, que se escusou a adiantar o seu futuro, apontou que quase sempre não foi dado o devido mérito ao FC Porto, dando a entender que as outras equipas é que deixaram os portistas ganhar.

O argentino Lucho Gonzalez, jogador talismã dos “dragões” que foi sempre campeão em todas as seis temporadas em que vestiu de azul e branco, considerou que o FC Porto conseguiu, numa época difícil, alcançar o objectivo de voltar a conquistar o título.

“Sinto-me importante dentro e fora do campo. É um grupo muito unido, tomamos as decisões sempre entre todos e isso torna as coisas mais fáceis”, disse Lucho, que se manifestou ainda satisfeito com o trabalho de Vítor Pereira, embora admita que a sua continuidade não dependa dos jogadores.

O central Otamendi, que foi outro dos jogadores em destaque ao longo da época, lamenta apenas que o FC Porto não tenha podido ir mais longe na Liga dos Campeões, em que foi afastado pelos espanhóis do Málaga nos oitavos-de-final.

“É positivo ganhar sempre algo importante, ainda mais o campeonato. Senti-me bem ao longo de toda a época e o técnico deu-me confiança de poder jogar partida atrás de partida”, disse.

Otamendi considera mesmo que, desde que chegou ao FC Porto, esta foi a sua melhor época e formulou o desejo de continuar a crescer e a ganhar experiência. “Agora, quero descansar e ter umas férias merecidas. Depois, veremos se continuarei ou não”.

O guarda-redes Helton, algo magoado com o facto de ter visto o seu nome envolvido numa eventual transferência para o Brasil a três jornadas do final da época, disse que foi uma “época difícil e de enorme pressão”.

“Duas semanas antes de um jogo tão importante para o campeonato, deram-me como certo noutro clube. Isso é uma cobardia. É a mesma coisa que eu jogar contra a ‘torcida’ que eu tanto amo. Já estou há oito anos no clube”, disse o guarda-redes.

Os internacionais Mangala e Jackson Martínez, melhor marcador da Liga, com 26 golos, são dois jogadores que se encontram em franca ascensão no FC Porto e consideram que o título alcançado pode ajudar às suas carreiras nas selecções de França e Colômbia.

“Para mim, a época foi grande e, claro, também para a equipa. Foi uma época bem disputada e agora vou pensar na selecção (francesa). O meu momento chegou e vou fazer tudo para poder voltar à selecção. Cada um tem o sonho de jogar no Mundial. Quero chegar lá e vou trabalhar para isso acontecer”, disse Mangala.

Jackson Martínez também espera poder vir a integrar com frequência a selecção da Colômbia. “É um reconhecimento importante enquanto jogador e demonstra que a Colômbia tem bons jogadores”.

“Trabalho para ser titular [na selecção] mas respeito a decisão do técnico com tranquilidade e sei que a minha oportunidade vai chegar”, adiantou o máximo goleador dos “dragões”.

Para Castro, o título alcançado na derradeira jornada da Liga foi muito sofrido.

“Não foi fácil, sofremos muito. O Benfica ganhou alguma vantagem, mas acreditámos sempre. Dentro do grupo pensámos sempre em fazer o nosso trabalho e em vencer os nossos jogos. Foi renhido, mas o campeão foi justo. Agora, já se pensa na próxima época e em ganhar mais títulos”, adiantou.

Kelvin, autor do golo nos descontos do jogo com o Benfica que permitiu ao FC Porto voltar a entrar na luta do título, recusou o papel de herói e disse que todos os jogadores o foram ao longo da época.

“Todos somos heróis, que lutamos desde o início da época por esse título e não fui só eu que ganhei o campeonato, foi a equipa toda. Estou feliz pelo meu primeiro título nacional e quero dar sequência.

Quanto ao futuro, o jogador adiantou que se for para continuar irá fazer o seu trabalho. No entanto, se o clube decidir que o melhor é ser emprestado, também irá respeitar essa decisão.