Depois de fazer história no Open dos EUA, João Sousa enfrenta Novak Djokovic
O melhor tenista nacional da actualidade passou à terceira eliminatória da prova, algo nunca alcançado por um português.
Mais habituado ao nível exibido pelos melhores do mundo e numa excelente forma física, o jogador nascido há 24 anos em Guimarães confirmou que a vitória na ronda inicial sobre Grigir Dimitrov não foi por acaso e derrotou o experiente finlandês de 32 anos Jarkko Nieminen, 41.º no ranking mundial, ao fim de cinco sets e três horas de jogo.
“Estava muito calor mas eu consegui manter-me fisicamente em bom nível, ao contrário dele que, nos dois últimos jogos, já estava muito cansado. Sinto-me bem, tenho feito um grande trabalho com o Frederico e estes são os resultados”, disse Sousa (95.º), poucos minutos depois de sair do court 6 de Flushing Meadows, com uma vitória, por 1-6, 6-3, 3-6, 6-3 e 6-4. Tal como frente ao búlgaro, Sousa cedeu o set inicial, mas soube encontrar a forma de ultrapassar o esquerdino, quarto-finalista do Open dos EUA em 2005. “O primeiro set tem sido mérito deles, mas depois habituo-me melhor ao jogo deles e vejo por onde posso atacar e fazer mossa”, explicou Sousa.
Tirando mais partido do primeiro serviço, Nieminen fechou o set inicial em que quebrou o português por duas vezes e anulou os dois-break-points que enfrentou. Um break no segundo jogo permitiu a Sousa liderar a segunda partida por 3-0, vantagem que soube conservar até concluir no primeiro set-point. Mas no terceiro set, Nieminen desequilibrou com um break para 4-2. Sousa não desmoralizou e devolveu o mesmo parcial, após salvar quatro break-points a 3-3. Embalado, Sousa fez o break a abrir o quinto set, mas cedeu o serviço no quarto jogo. A 4-4, Sousa logrou novo break e selou a passagem à terceira ronda no primeiro match-point, num jogo de serviço em que só cedeu o primeiro ponto.
Amanhã, a fasquia estará mais elevada, pois defronta Novak Djokovic. “É o número um do mundo, é bastante completo. Já joguei com o Andy Murray, sei o nível deles e vou dar o meu melhor. Sei que vai ser difícil, mas todos têm dias maus...”, recordou Sousa. Também o seu treinador se mostra confiante no trabalho realizado. “O João tem estado a jogar a este nível há algumas semanas, custou um pouco ao início, mas agora já perde um pouco o respeito a estes adversários. Está com uma resposta agressiva, para colocar pressão e a servir bem, o que é sempre importantes nestes pisos”, afirmou Frederico Marques.
Ontem, Djokovic também enfrentou um adversário de 32 anos, o alemão Benjamin Becker (87.º), mais conhecido nos EUA por ter terminado a carreira de Andre Agassi, no Open de 2006. O sérvio não chegou a estar duas horas no Arthur Ashe Stadium, mas teve tempo para apanhar um susto quando cometeu uma dupla-falta a 4-4 (30-30), precipitando o break. Mas o alemão desaproveitou quando serviu e dispôs de dois set-points no jogo seguinte. Depois, Djokovic retomou o controlo do encontro e ganhou, por 7-6 (7/2), 6-2 e 6-2, para aceder à terceira ronda, onde estavam, desde a véspera, Rafael Nadal e Roger Federer.
Michelle Brito (117.ª) é que não conseguiu imitar a proeza de Wimbledon e perdeu frente à russa Maria Kirilenko (17.ª): 6-3, 6-1. Serena Williams, Victoria Azarenka, Caroline Wozniacki, Petra Kvitova, Angelique Kerber e Ana Ivanovic também seguiram para a terceira ronda.
Agnieszka Radwanska, Li Na, Jelena Jankovic e Sloane Stephens já estão nos oitavos-de-final.