Belenenses foi demasiado dócil para um FC Porto com a máquina afinada
Sem necessitarem de colocar muita intensidade na partida, os “dragões” venceram por 3-0 a formação do Restelo.
Na antevisão da deslocação ao Estádio do Dragão, Lito Vidigal tinha declarado que a “possibilidade de êxito” era “mínima” para o Belenenses e, após o “sétimo jogo consecutivo sem descanso”, o técnico surpreendeu ao provocar uma mini-revolução no “onze” dos “azuis”. Depois do traumatizante 1-7 em Braga, a meio da semana, para a Taça de Portugal, Vidigal mudou mais de meia equipa (apenas cinco atletas repetiram a titularidade) e jogadores como Matt Jones, João Meira ou Sturgeon perderam o lugar. Se a ideia do treinador angolano era espicaçar a equipa depois do desastre de Braga, os efeitos estiveram longe dos que seriam desejados para o Belenenses.
Sem os problemas do rival, Julen Lopetegui tinha a equipa fresca e motivada após golear em Barcelos na última jornada e, no primeiro jogo sem Brahimi, que já partiu para a Taça das Nações Africanas, a dupla Ricardo Quaresma
Cristian Tello acabou por passar no teste, embora o grau de dificuldade colocado pelo rival fosse baixo.
Com a equipa previsível — longe vão os tempos em que acertar no “onze” de Lopetegui era missão impossível —, o FC Porto até entrou bem no jogo e, depois de uma primeira ameaça, Jackson inaugurou o marcador aos 10’: Herrera apareceu solto no lado esquerdo da defesa do Belenenses, colocou na área e o colombiano, de cabeça, inaugurou o marcador. Com o golo marcado à equipa do Restelo, Jackson já marcou a 15 dos 17 rivais que o FC Porto tem nesta época no campeonato — o Boavista nunca sofreu um golo do capitão dos “dragões” e ainda não defrontou o Penafiel.
Apesar da desvantagem, o Belenenses não mudou um milímetro a estratégia definida para o jogo e, perante uma equipa que jogava no risco “zero” e com 10 jogadores atrás da linha da bola, o FC Porto baixou o ritmo, a partida foi perdendo interesse e apenas uns rasgos de fantasia de Quaresma ajudaram a quebrar a monotonia no resto da primeira parte.
E se a equipa de Belém pretendia entrar com outra atitude para os últimos 45 minutos, uma oferta de Pelé, a meias com Bruno China, permitiu a Óliver fazer o 2-0 pouco mais de 60 segundos depois do recomeço e o jogo ficou sentenciado.
Sem ameaças da concorrência, Lopetegui aproveitou para fazer descansar algumas peças importantes — Óliver, Casemiro e Quaresma foram substituídos — e, perto dos 90’, o Belenenses conseguiu criar a única ocasião de perigo em todo o jogo, mas Maicon evitou o golo em cima da linha e na resposta, a ousadia “azul” foi castigada com o terceiro golo do FC Porto: após um alívio deficiente de Tiago Silva, Evandro rematou forte e colocado e fez o 3-0 final.