Afinal foi mesmo o Estoril quem conseguiu travar o Benfica na Luz
Estoril personalizado desvia dois pontos dos “encarnados” e remete a decisão do campeonato para o clássico do Estádio do Dragão, no próximo sábado. Carlos Martins deixou a equipa reduzida a dez.
Os quase 61 mil adeptos que preencheram as bancadas do Estádio da Luz não antecipariam uma partida tão intensa como aquela que encerrou a 28.ª e antepenúltima jornada do campeonato. O jogo começou com um clima de euforia benfiquista, mas encerrou com grande apreensão para os adeptos “encarnados”. Grande mérito para o Estoril, que teve o condão de resistir à pressão da equipa da casa, sufocante em determinados períodos, e de saber reagir e contra-atacar. E esteve muito perto de arrecadar os três pontos.
Tal como prometeu, Jorge Jesus não fez poupanças para a recepção ao Estoril. A única novidade na equipa titular, em relação ao jogo com o Fenerbahçe, para a Liga Europa, a meio da semana, foi mesmo o regresso do lateral esquerdo Melgarejo, que remeteu para o banco o único português do “onze”: André Almeida. A cota nacional voltaria a ser preenchida ainda no primeiro tempo, com a entrada de Carlos Martins, que rendeu o lesionado Enzo Pérez.
Uma entrada fulgurante do Benfica na partida, com uma excelente oportunidade para marcar logo aos 10 segundos, fazia prever um jogo de sentido único, mas não foi assim. É certo que as melhores oportunidades do primeiro tempo pertenceram à equipa da casa, mas o Estoril conseguiu quebrar o ritmo do adversário e controlar alguns momentos do encontro. E pode mesmo queixar-se de uma grande penalidade não assinalada, quando Artur pisou, ainda que ligeiramente, o pé de Luís Leal na área “encarnada”.
Mesmo assim, os lisboetas só não chegaram ao fim dos primeiros 45’ em vantagem porque Lima falhou oportunidades que não costuma perdoar. Aos 22’, rematou por cima, quando estava bem enquadrado com a baliza. Aos 33’, acertou no poste direito da baliza, após uma grande assistência de Cardozo com o peito, permitindo ainda, em cima dos 45’, a defesa do guarda-redes Vagner.
Depois de um início discreto, a equipa da linha foi sacudindo a pressão e conseguiu demonstrar qualidade. Concentrados, bem posicionados e equilibrados defensivamente, os visitantes foram estendendo o seu jogo até à área “encarnada”, levando alguns calafrios à baliza de Artur. Acima de tudo, tiveram o mérito de conseguir arrefecer o jogo, arriscando a posse e circulação de bola.
A segunda metade trouxe mais do mesmo, com vantagem para o espectáculo. O Benfica voltou à partida com a mesma intensidade do início do primeiro tempo e, aos 55’, Maxi Pereira esteve perto do golo, que Jefferson evitou em cima da linha. Uma intervenção determinante do defesa esquerdo, que deixaria o seu nome definitivamente ligado ao encontro quando, aos 59’, marcou, de livre, o golo dos visitantes, após uma desconcentração defensiva do adversário.
Em desvantagem, os “encarnados” procuraram desesperadamente o ataque, abrindo grandes espaços na sua defesa, que poderiam ter sido mais comprometedores se o Estoril não demonstrasse alguma cerimónia na hora de finalizar. Mesmo assim, seria o Benfica a empatar o encontro, com Maxi a não falhar a segunda oportunidade, aos 68’. O empate fazia prever uma avalanche de futebol ofensivo dos homens da casa para os minutos finais, mas, aos 78’, Carlos Martins viu o segundo cartão amarelo, que poderia ter evitado, deixando a sua equipa em desvantagem numérica.
A ansiedade apoderou-se então do Benfica e, nos derradeiros instantes, seria Artur a evitar o golo da vitória estorilista, após um bom remate de Carlitos. O campeonato ganhou uma nova emoção e tornou-se agora mais difícil apostar no vencedor.