Mudam os treinadores, mas mantém-se o Rio Ave
O Sporting defrontou o clube vila-condense pela terceira vez esta época e somou a terceira derrota. Foi também o primeiro desaire de Jesualdo Ferreira.
A equipa lisboeta tropeçou frente a muitos adversários esta época, mas o Rio Ave foi o que lhe deu mais dores de cabeça. Foi ganhar a Alvalade na 2.ª jornada do campeonato numa altura em que Sá Pinto comandava os “leões”, acabou depois com as aspirações destes na Taça da Liga, cravando mais um prego no caixão de Franky Vercauteren e ontem, com sorte à mistura, voltou a obrigar o Sporting a realizar uma má exibição. O banco do Rio Ave, uma formação que sabe bem o que faz dentro de campo, tem sido mais estável: desde o início é ocupado por Nuno Espírito Santo, adjunto de Jesualdo Ferreira nos dois anos anteriores.
Apesar disso, o Sporting inaugurou o marcador cedo e até com alguma naturalidade, dada a vontade e rapidez demonstrada pelos seus atacantes. Jeffrén, a jogar como n.º 10 no lugar anteriormente ocupado pelo lesionado Labyad, acorreu a um cruzamento rasteiro de Diego Capel da esquerda e colocou a sua equipa em vantagem, traduzindo um resultado que reflectia a inoperância do Rio Ave nos jogos nos Arcos. Cinco das suas oito derrotas esta época aconteceram no seu estádio, onde, até à recepção ao Sporting, só tinha assegurado três das suas dez vitórias.
Nunca deixando de ser perigoso na primeira parte, como em dois cabeceamentos seguidos após cantos que Rui Patrício e Adrien salvaram perto da linha de golo, o Rio Ave precisou de Oblak e do azar sportinguista para reentrar na discussão do jogo. O guarda-redes esloveno emprestado pelo Benfica evitou o 0-2 e o segundo golo de Jeffrén quando fez uma grande defesa num remate em que o hispano-venezuelano teve tudo para marcar. Este lance aconteceu aos 23’ e depois começou a destacar-se Bebé, sempre muito rápido no lado esquerdo do ataque dos locais.
Tarantini, o médio-centro mais goleador da Liga, tinha tentado a sua sorte logo nos primeiros instantes do encontro e no último minuto da primeira metade teve-a: a bola por si rematada (ou cruzada) tocou em Joãozinho, um dos dois “laterais de Inverno” do Sporting, e Patrício foi enganado. O resultado estava equilibrado, tal como o jogo.
A segunda foi pior, de parte a parte. Com menos acerto e menos oportunidades. Começou com uma arrancada de Bebé que não teve proveito e continuou com o lance mais perigoso do Sporting nessa metade: um cabeceamento de Xandão que passou ao lado. Aos 72’ aconteceu o lance decisivo: Bebé serviu Ukra e o remate deste bateu em Pedro Mendes, com o guarda-redes leonino a ser novamente ludibriado. A Liga, tal como no segundo golo do jogo, considerou autogolo.
Até final, o Sporting protestou um fora-de-jogo tirado a Joãozinho, mas, dominado pelo descrédito, não fez muito para empatar. E evitar a 11.ª derrota em 29 jogos oficiais.