Ronaldo surge também destacado na fotografia da primeira página do generalista Folha de São Paulo, com as mãos na cintura e expressão de poucos amigos. “Perdeu, playboy” é o título, seguido de um pequeno destaque: “Com três gols de Muller, alemães atropelam melhor jogador do mundo e fazem 4 a 0 em Portugal.” No destacável especial dedicado ao Mundial no interior do diário, surge uma nova foto gigante de CR7 que ocupa quase toda a página de abertura. Aqui o madeirense está deitado no relvado do estádio Fonte Nova, em Salvador. “Cristiano Ronaldo joga mal e é vaiado; Portugal sucumbe diante da eficiência alemã e sofre pior derrota em Copas”, resume-se. E não fica por aqui. No título das duas páginas dedicadas à partida no interior do caderno questiona-se: “Melhor do mundo?”

“O ‘menino d’ouro’ protagonizou um lance constrangedor: numa falta da intermediária, com apenas um homem na barreira chutou justamente em cima do rival solitário”, pode ler-se na peça jornalística, em que se salienta a exibição “sofrível” do internacional português, levando a que fosse “vaiado várias vezes quando pegava na bola”, na segunda parte da partida.

Os apupos a Cristiano foram também referidos na primeira página do jornal O Globo, com o título “Alemanha arrasa Portugal”. Registo semelhante surge na capa do Estado de São Paulo: “Máquina alemã goleia Portugal.” “O Dia foi desastroso para os portugueses. Cristiano Ronaldo apareceu pouco, Pepe foi expulso e Fábio Coentrão e Hugo Almeida saíram machucados”, resume o periódico paulista.

A televisão levou o assunto CR7 para o humor. Quase todos os debates sobre a Copa nos principais canais brincaram com a fixação do português em pentear-se durante o jogo, sempre que a sua imagem aparecia nos ecrãs gigantes. Durante o relato da partida, na Sport TV brasileira, o repórter ironizava os protestos do madeirense com o árbitro sérvio já na fase final do encontro: “Uma cara bonito feito eu e você não marca falta para eu cobrar.”

Num outro registo, os comentadores não esconderam a grande desilusão que representou a estreia portuguesa, com Ronaldo a ter uma avaliação invariavelmente negativa, assim como Pepe, pela reacção “incompreensível” que teve com Muller provocando a sua própria expulsão. “Se já era difícil com 11 e a perder por dois, o cara tornou a missão impossível a Paulo Bento”, dizia-se. Mesmo assim, a maioria dos analistas prefere esperar pelos próximos encontros de Portugal com os EUA e o Gana para uma avaliação definitiva às capacidades da selecção nacional.