Em Abril de 2016 as selecções portuguesas já terão a sua casa

Projecto não terá comparticipação do Estado e terá um custo um pouco superior a 13 milhões de euros. UEFA e FIFA participam com seis milhões de euros.

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A área de implantação da Cidade do Futebol, no Jamor DR
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Detalhe da futura sede da FPF DR
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Detalhe da área dos relvados DR

Depois de anos de avanços e recuos, a Cidade do Futebol entrou na sua fase de execução e será uma realidade dentro de um ano e meio. Foi uma das bandeiras do anterior presidente da FPF, Gilberto Madaíl, que chegou a assinar um protocolo com a Câmara Municipal de Sintra para a sua construção em terrenos de Almargem do Bispo, na altura com a designação de Casa das Selecções. Em 2012, já com Fernando Gomes a liderar o organismo máximo do futebol português, o projecto mudou a sua localização para o município de Oeiras, num espaço contíguo ao Estádio Nacional e, na última terça-feira, decorreu a assinatura do auto de cedência dos terrenos do Alto da Boa Viagem, com cerca de sete hectares. As obras têm início previsto para Março do próximo ano.

“A Cidade do Futebol foi sonhada por muita gente, uma obra há tantos anos ansiada e necessária para o desenvolvimento das selecções de futebol”, resumiu Fernando Gomes, durante a cerimónia de apresentação, nas instalações da FPF, que contou com as presenças do ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, e do secretário de Estado do Desporto, Emídio Guerreiro. Perante os membros do Governo, o líder federativo salientou várias vezes que o projecto não conta com financiamentos públicos, mas agradeceu o empenho do actual Executivo (e ao ex-ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas) e da Câmara Municipal de Oeiras para a concretização do projecto.

O futuro complexo irá reunir num mesmo espaço todas as instalações da FPF, nomeadamente o edifício sede, centro logístico, centro técnico (com três campos de treino, um campo de treino para guarda-redes, balneários, ginásios, centro de hidroterapia e escritórios para as equipas técnicas) e um núcleo central que englobará um “centro de acolhimento”, centro de formação e centro de conferências. Está ainda prevista uma bancada para a comunicação social e convidados com cerca de 340 lugares.

“Em 2012, quando foi anunciada a mudança das instalações de Sintra para o Jamor, a FPF previu gastar com este projecto cerca de 10 milhões de euros. Entretanto, decidiu-se incluir na Cidade do Futebol, ao contrário do inicialmente pensado, a sede da FPF”, explicou Fernando Gomes, que avança agora com um orçamento um pouco superior a 13 milhões de euros. Para este inflacionamento do projecto contribuíram alguns “custos adicionais”, nomeadamente o desvio de infra-estruturas relacionadas com electricidade, gás e água, que não estavam inicialmente contabilizadas.

“A FPF goza de uma estabilidade financeira que lhe permite autofinanciar um conjunto de infra-estruturas como esta”, garantiu o dirigente, referindo que a decisão de deslocar a sede da FPF do centro de Lisboa, permitirá libertar as actuais instalações na Rua Alexandre Herculano, que poderão ser alienadas (por um valor a rondar os sete milhões de euros) ou rentabilizadas de outra forma para financiar a Cidade do Futebol. Entre capitais próprios da federação e os seis milhões de euros provenientes de fundos da UEFA e FIFA, Fernando Gomes conta financiar “cerca de 85% do projecto”. O restante deverá ser suportado pelas verbas provenientes dos jogos particulares que a selecção principal venha a realizar até 2016.

Em nome do Governo, Luís Marques Guedes congratulou-se por terem sido ultrapassados todos os obstáculos para a concretização do projecto. “A Cidade do Futebol ficará instalada em áreas que têm hoje uma ocupação reduzida e permitirá libertar no Jamor outros espaços actualmente ocupados pelo futebol”, resumiu.

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