Carlsen cada vez mais perto do título mundial de xadrez

Dois novos empates deixam o jovem norueguês mais perto de se sagrar campeão do mundo.

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Foto: Babu/Reuters

Em Chennai, a capital do estado indiano de Tamil Nadu, terra natal de Anand, os seus muitos fãs não esconderam a desilusão que lhes causou a aparente resignação do seu ídolo, incapaz de inverter o rumo dos acontecimentos, não conseguindo encontrar forma de colocar sob pressão, nem quando conduz as brancas, o seu jovem rival.

Depois do dia de descanso,esperava-se que o campeão regressasse com energia renovada e, como nos anteriores encontros para o título, frente a Veselin Topalov em 2010 e Boris Gelfand em 2012, fosse capaz de recuperar de situações de desvantagem.

Mas nesta sétima partida Anand foi incapaz de surgir com ideias inovadoras, repetindo a abertura que já utilizara na sexta partida e, apesar de ter-se desviado ao quinto lance da continuação anterior, não foi difícil para Carlsen conseguir a igualdade. Com uma série de simplificações a posição esterilizou-se, com os dois jogadores a assinarem o acordo de paz ao 32.º lance.

Esta terça-feira, foi a vez de Carlsen ter o direito de iniciar o jogo e desde logo provocou a indecisão de Anand, que se viu confrontado com a alteração da habitual abertura inglesa, usada por Carlsen na primeira, terceira e quinta partidas, para, em vez dela, ver surgir o avanço do peão de rei no tabuleiro.

E o surpreso indiano, depois de alguns minutos de reflexão, não encontraria melhor estratégia do que usar a mesma defesa que Carlsen, a sólida variante berlinense da defesa espanhola, numa decisão que no mínimo se pode considerar estranha pois, para quem tanto necessitava de uma vitória, o tipo de posições resultantes é pouco propício a esse fim.

Quem não se importou nada com esta opção foi Carlsen que, com novo empate, viu o trono ficar cada vez mais perto.

Como nota de curiosidade, fica a referência de que esta abertura já fora utilizada no primeiro encontro para o título mundial, há mais de um século, concretamente em 1886, no encontro que permitiria a Wilhelm Steinitz vencer Johannes Zukertort e tornar-se o primeiro campeão do mundo.
 
 

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