Blatter insiste que acção das autoridades suíças foi desencadeada pela FIFA

Onze elementos implicados na investigação foram banidos.

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Dores de cabeça para Joseph Blatter Arnd Wiegmann/Reuters

Em comunicado, Blatter reconheceu que “o futebol, os adeptos e a FIFA enquanto organização” vivem um “tempo difícil”. “Compreendemos o desapontamento que muitos expressaram e sei que os acontecimentos vão ter impacto na forma como as pessoas nos vêem”, admitiu o dirigente suíço.

No entanto, Blatter – que há 17 anos preside à FIFA – consegue ver aspectos positivos em todo o caso, e garante que a acção das autoridades norte-americanas e suíças “é bem-vinda”. “Acreditamos que vai ajudar-nos a reforçar as medidas que a FIFA já tomou para erradicar as más condutas do futebol”, vincou.

E o presidente da FIFA, que concorre a um quinto mandato consecutivo nas eleições marcadas para sexta-feira (a UEFA já exigiu o adiamento do acto eleitoral) foi mais longe, ao revelar que a operação das autoridades suíças resulta de uma iniciativa da própria FIFA: “Na verdade, a acção de hoje do Ministério Público suíço foi colocada em marcha quando nós entregámos um dossier às autoridades suíças no final do ano passado”.

“Vou ser claro: qualquer tipo de má conduta não tem lugar no futebol e vamos garantir que quem as pratica fique de fora. Na sequência dos eventos de hoje, o comité independente de ética – que está a analisar os processos de atribuição dos mundiais de 2018 e 2022 – tomou medidas rápidas ao banir de qualquer actividade relacionada com futebol, a título provisório, os elementos publicamente nomeados pelas autoridades. Este tipo de acções junta-se aos passos que a FIFA deu no ano passado para afastar qualquer elemento que violasse o nosso código de ética”, sublinha Blatter.

O comunicado do presidente da FIFA termina com uma garantia: “Vamos continuar a colaborar com as autoridades responsáveis e vamos trabalhar vigorosamente dentro da FIFA para erradicar qualquer má conduta, para recuperar a confiança dos adeptos e assegurar que o futebol em todo o mundo está imune a condutas impróprias”.

Onze banidos
Tal como Blatter referiu, a comissão de ética da FIFA anunciou ter banido, provisoriamente, de qualquer actividade ligada ao futebol os onze dirigentes ligados ao organismo que foram implicados na investigação. “As acusações estão relacionadas com o futebol e são de natureza muito séria que é imperativo tomar acções imediatas. O processo vai ter o seu curso natural de acordo com o Código de Ética da FIFA”, declarou Hans-Joachim Beckert, da comissão de ética.

Os dirigentes banidos são Jeffrey Webb, Eduardo Li, Jílio Rocha, Costas Takkas, Jack Warner, Eugénio Figueredo, Rafael Esquivel, José Maria Marin, Nicolás Leoz, Chuck Blazer e Daryll Warner.

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