O Benfica teve uma noite tão tranquila quanto desejava

“Encarnados” venceram em Coimbra, na ressaca da eliminação europeia, e retomaram a liderança isolada da Liga. Gaitán e Luisão fizeram os golos numa partida em que o resultado nunca esteve em questão

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O guarda-redes Lee ficou mal na foto no lance do segundo golo Rafael Marchante/Reuters

O açúcar espalhado em campo por Enzo Pérez e Gaitán foi a melhor maneira de injectar energia num Benfica ressacado. Os dois argentinos foram os grandes dinamizadores da formação da Luz, juntamente com o regressado Jonas. O brasileiro, que não pôde ser inscrito nas competições europeias, foi a única novidade no “onze” de Jorge Jesus, ocupando o lugar de Lima. A isto juntou-se o facto de a visita à Académica funcionar como um bálsamo para os “encarnados”, que há 41 anos não perdem em Coimbra. A equipa de Paulo Sérgio, que somava por empates os jogos em casa para o campeonato, viu fugir-lhe a invencibilidade. E, a pouco e pouco, o Benfica abandonou a prostração, recuperou o ânimo e começou a colocar para trás das costas o falhanço europeu desta temporada.

A Académica entrou de início com cinco alterações relativamente à última partida, frente ao Rio Ave (derrota por 3-0). Passaram três semanas desde então e Paulo Sérgio teve tempo de sobra para trabalhar com os jogadores, decidindo promover duas estreias: o guarda-redes Lee assumiu a baliza – tinha jogado apenas na Taça, frente ao Santa Maria, encontro que resultou na eliminação da equipa de Coimbra – e o defesa congolês Oualembo vestiu pela primeira vez a camisola “negra”. Mas a Académica mostrou as mesmas fragilidades, voltou a não pontuar e vê a vida complicar-se: para a semana recebe o FC Porto.

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Gaitán assumiu a responsabilidade de expulsar o torpor do Benfica. O argentino assumiu o protagonismo na fase inicial do encontro, com a sua mobilidade a revelar-se uma dor de cabeça para a defesa da Académica, que não encontrava forma de travá-lo. Sem surpresa, o golo que deu vantagem ao Benfica chegou ainda antes dos dez minutos: um grande passe de Enzo Pérez encontrou Gaitán em posição privilegiada e o resto foi definido pela classe do argentino. Recebeu a bola, com um toque tirou o guarda-redes do caminho e atirou para a baliza vazia.

Como a Académica não constituía uma ameaça, o Benfica permitiu-se descontrair após ter estado perto do segundo golo: Gaitán escorregou na hora de rematar (22’) e Jonas acertou na trave (23’). Mas, mesmo antes do intervalo, a equipa de Jorge Jesus ficou definitivamente tranquila na partida com o 0-2. De livre, Enzo Pérez cruzou para a cabeça de Luisão e a bola só parou no fundo da baliza. Um lance marcado por duas falhas: a do guarda-redes Lee, que teve uma péssima saída da baliza (foi quase até à linha da grande área) e a do árbitro assistente, que não viu a posição irregular de Luisão.

Dois golos de vantagem ao intervalo era tudo o que desejava um Benfica ainda a lamber feridas e a recuperar ânimo. No segundo tempo os “encarnados” concentraram-se em gerir o resultado, enquanto a Académica esboçou uma tímida reacção ao resultado adverso. Mas a equipa de Paulo Sérgio nunca criou grandes dificuldades a Júlio César, que correspondeu aos remates de Marcos Paulo (61’) e Ivanildo (69’).

As duas equipas foram gradualmente perdendo o interesse pela partida, que na recta final ainda chegou a estar interrompida durante alguns minutos devido a incidentes no sector da bancada onde se encontravam as claques do Benfica. E esse foi o derradeiro sobressalto na noite mais tranquila para uma equipa que tinha de lidar com as dores de cabeça e as náuseas.

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