Benfica quebra tradição de estreias sem vitórias

"Encarnados" bateram o Paços de Ferreira por 2-0, num jogo em que Artur defendeu uma grande penalidade.

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Patrícia de Melo Moreira/AFP
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Hugo Correia/Reuters
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Como era esperado, Jorge Jesus apostou nos mesmos jogadores que iniciaram a partida da Supertaça, frente ao Rio Ave, há uma semana, e que valeu o primeiro troféu da época aos lisboetas. Um encontro que deixou boas recordações em especial a Artur, o grande protagonista da vitória em Aveiro, ao travar três remates na decisão por grandes penalidades. Neste domingo, voltou a ser fundamental, defendendo mais um penálti que poderia ter deixado o Paços de Ferreira em vantagem logo aos 10’. O lance foi festejado nas bancadas como se tratasse de um golo da equipa da casa.

Se Artur voltou a ser herói, o papel de vilão coube ao defesa esquerdo Eliseu, autor de uma falta sobre Hurtado na área, que resultou no castigo máximo. Mal na fotografia ficou ainda o pacense Manuel José, que cobrou a falta, perdendo uma soberana oportunidade de surpreender a Luz. Mesmo assim, o lance não desmoralizou os nortenhos nem motivou particularmente o Benfica.

Na verdade, continuou a ser a equipa visitante a procurar com mais afinco o golo, com Artur a voltar a evitar a desvantagem aos 17’, a remate de Hurtado, e aos 19’, num livre de Sérgio Oliveira. Tal como prometera na véspera, Paulo Fonseca não estacionou um autocarro à frente da sua baliza e procurou lutar pelo resultado, mas a força dos argumentos benfiquistas acabou por prevalecer, mesmo sem uma exibição deslumbrante dos campeões nacionais.

Depois de 24’ pouco convincentes, os “encarnados” reapareceram de rompante na partida. Maxi Pereira foi o jogador mais inconformado e, após uma primeira combinação com Lima — o ponta-de-lança brasileiro atirou ligeiramente por cima da barra —, seria o próprio lateral direito a chamar a si a responsabilidade da finalização no minuto seguinte, quando o cronómetro marcava o minuto 25. Após um excelente passe de Nico Gaitán, o uruguaio, sozinho perante Rafael Defendi, não falhou.

O Benfica voltou depois a cair numa espécie de letargia praticamente até ao intervalo, que coincidiu com as queixas físicas de Enzo Pérez. O médio, que poderá ter feito o último jogo com a camisola do Benfica (o Valência poderá ser o seu destino), acabou por ser substituído aos 42’, cedendo o lugar a Franco Jara — Talisca recuou para o meio-campo. Nos instantes finais da primeira metade, o Paços ainda falhou mais uma oportunidade, com Minhoca a atirar ligeiramente ao lado.

A equipa da Luz não voltou mais veloz para a segunda metade, mas o adversário também não impunha uma maior intensidade. Os pacenses desceram as suas linhas, procurando a baliza contrária apenas através de remates de longe, que Artur travava sem grandes dificuldades. E foi preciso aguardar até aos 72’ para as individualidades “encarnadas” voltarem a fazer a diferença, novamente com Gaitán em destaque. Desta vez, o argentino tirou da cartola um grande cruzamento, que Salvio, ao segundo poste, desviou de cabeça para as redes.

O triunfo estava assegurado, mas Jorge Jesus tem ainda muito trabalho pela frente para preparar a equipa para missões mais exigentes. E os próximos dias irão clarificar qual será a matéria-prima que terá à disposição para defender o título.

Ficha de jogo
Benfica, 2
Paços de Ferreira, 0

Estádio da Luz, em Lisboa.
Espectadores: 42.535.

Benfica Artur, Maxi Pereira, Jardel, Luisão, Eliseu, Rúben Amorim, Enzo Perez (Franco Jara, 43'), Sálvio, Gaitan, Talisca (André Almeida, 73') e Lima (Ola John, 87').
Treinador Jorge Jesus.

Paços de Ferreira Defendi, Jaílson, Ricardo Ferreira, Ricardo, Hélder Lopes, Seri, Sérgio Oliveira, Manuel José (Barnes Osei, 67'), Minhoca (Rúben Ribeiro, 85'), Hurtado (Vasco Rocha, 80') e Cícero.
Treinador Paulo Fonseca.

Árbitro: Cosme Machado (AF Braga).
Acção disciplinar: amarelo para Enzo Pérez (5'), Hélder Lopes (27') e André Almeida (76').

Golos 1-0, por Maxi Pereira, aos 25'; 2-0, por Salvio, aos 72'.


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