Benfica celebrou Eusébio da melhor maneira
“Encarnados” triunfam sobre o Vitória de Guimarães por 3-0 e continuam tranquilos na liderança.
Se havia teste difícil para o Benfica era este, o Vitória, mesmo sem o fulgor dos primeiros meses da época, mas a apresentar-se na Luz com um terceiro lugar como cartão-de-visita e disposto a fazer o hat-trick no que diz respeito a roubar pontos aos “grandes”, depois do empate com o FC Porto e do triunfo sobre o Sporting. E Jorge Jesus teria mais um handicap para resolver com o castigo a Maxi Pereira, a juntar aos habituais lesionados e ao buraco aberto pela venda de Enzo Pérez. O regresso de Eliseu era a única boa notícia no meio de tanta indisponibilidade.
Mas, como tantas vez tem acontecido ao longo dos anos, Jesus tem sabido encontrar a solução certa e o Benfica, mais do que sobreviver às contrariedades, foi ainda melhor com as alternativas e nem parecia que, do outro lado, estava o terceiro classificado. Não terão sido muitas as vezes que o Benfica entrou bem num jogo, e neste sábado terá feito a sua melhor primeira meia-hora da época. O resultado só não foi mais elevado no final da primeira parte porque os postes devolveram quase todos os remates perigosos do Benfica.
O domínio do jogo seria evidente com o passar dos minutos, mas o Benfica podia ter entrado a ganhar na primeira jogada do desafio, em que Jonas desperdiça com um remate fraco um passe fenomenal de Gaitán. Pouco depois, aos 6’, o extremo argentino, que estava em tarde inspirada, surgiu isolado na pequena área vimaranense, mas Assis conseguiu bloquear o remate do argentino com o peito. Tanta insistência benfiquista e tão pouca resistência vimaranense só podia resultar num cenário e foi o que aconteceu aos 12’. Um livre de Gaitán no flanco direito encontra a cabeça de Jonas e a bola só para no fundo das redes.
Não se viam em campo as maiores figuras da equipa de Rui Vitória. André André não era uma presença dominadora no meio-campo e nem Hernâni e Bernard conseguiam segurar a bola por tempo suficiente para fazerem uso da sua técnica e velocidade. Pelo contrário, o Benfica, dominador e, nas palavras de Jorge Jesus, com “nota artística”. E pelo que fez, ficou a dever a si próprio uma goleada, não tanto por culpa própria, mas porque os postes da baliza de Assis foram devolvendo os remates mais perigosos.
O livre de Gaitán aos 21’, o remate de fora da área de Talisca aos 28’ e o contra-ataque conduzido por Jonas aos 34’ tiveram todos o mesmo destino, o ferro da baliza do Vitória. E a vantagem mínima foi-se mantendo, um resultado perigoso para qualquer equipa, por mais dominadora que esteja a ser. Quase a fechar a primeira parte, aos 40’,os visitantes estiveram bem próximos do empate. Canto marcado por Bernard e Tomané consegue cabecear com perigo, com Júlio César a impedir o golo. Um enorme susto para o Benfica e a promessa do que o Vitória era capaz de fazer.
Mas a segunda parte foi mais do mesmo. O Benfica continuou o dominador e o Vitória, o dominado. Hernâni, aos 51’, ainda deu um sinal de que as coisas podiam ser diferentes, com um remate cruzado que saiu perto do poste da baliza benfiquista. Aos 54’, o Benfica ficou mais tranquilo. Lima rouba a bola a André André, entra na área e consegue fazer o cruzamento na direcção de Ola John. O holandês atrapalha-se, falha o primeiro remate, mas não perdeu o sentido da baliza e fez o 2-0 à segunda tentativa. Os “encarnados” abrandaram um pouco e o Vitória arriscou um bocadinho mais, mas não o suficiente e o Benfica ainda compôs uma das suas melhores exibições da época com mais um golo, já no último minuto, por Gaitán, o melhor em campo.