Pelo Charlie Hebdo, Lisboa debate e o Porto mostra

Qual o papel do cartoon nas democracias, quem foi Wolinski e centenas de exemplares antigos do jornal satírico entre as duas cidades.

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Manifestação de solidariedade com o "Charlie Hebdo" em Lisboa no dia 8 miguel manso

Levada a cabo pelo Museu da Imprensa, organizador do PortoCartoon, a mostra Charlie Wolinski inaugura-se sábado às 16h evocando “um amigo especial do museu” e reunindo originais de Wolinski, bem como “centenas de jornais Charlie”, informa a instituição em comunicado. O museu lançou também uma campanha escolar, Humor Sim, Ódio Não, para que os temas da liberdade e da tolerância sejam discutidos nas salas de aula, bem como a criação de uma galeria virtual de tributo aos “heróis do humor” do semanário satírico atacado a 7 de Janeiro por homens armados em que morreram 12 pessoas, das quais oito trabalhadores ou colaboradores do Charlie Hebdo.

Dias depois, em Lisboa, Não sei bem o que dizer, mas tenho de dizer qualquer coisa. Uma mesa-redonda que vai reunir no dia 20, às 18h30, no Convento do Carmo os especialistas em cartoon e BD Sara Figueiredo Costa, jornalista e curadora na área da BD, Osvaldo Macedo de Sousa, curador e perito em cartoon político, e os desenhadores Nuno Saraiva e Eduardo Salavisa numa conversa moderada por Pedro Moura. Que espera “abrir a discussão o máximo possível”, como disse ao PÚBLICO o crítico de BD, para que a plateia entre no debate sobre o “ataque ao Charlie Hedbo: o poder dos cartoons editoriais, liberdade de imprensa e expressão, limites sociais, contextos históricos da imprensa ilustrada”, como escreve a organização numa nota. Porque o ataque ao jornal francês “colocou na ordem do dia junto ao grande público uma discussão que tem tido lugar em círculos especializados”, diz o mesmo comunicado, e porque urge debater “qual o papel do cartoon editorial nas democracias modernas” face à negociação permitida pelas leis de liberdade de expressão, expõem os organizadores.

“A comunidade de artistas de banda desenhada, ilustração e cartoon editorial, assim como investigadores e críticos da área têm multiplicado a sua expressão de solidariedade, assombro e até mesmo incompreensão", dizem os organizadores da mesa-redonda. "Alguns dos seus membros não sabem bem como começar a articular o que pensam e sentem, mas sentem também a urgência em fazer algo mais. Esta é uma oportunidade, entre outras, de dialogar.” 

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