Tarantino falou primeiro do seu projecto de fazer um novo western no talk-show norte-americano The Tonight Show ainda em 2013, depois a Variety e a Hollywood Reporter revelaram o seu título e outros detalhes no dia dos Globos de Ouro e na semana passada o realizador fez um extenso rol de queixas ao site Deadline sobre o facto de o guião andar a circular em Hollywood.

Apesar de reconhecer que não se importa de ver os seus argumentos a circular pela web, Quentin Tarantino explicou que se sentiu traído pela fuga de informação tão precoce e apontou potenciais culpados – os agentes Bruce Dern e Michael Madsen, actores a quem mostrou o guião (mostrou-o também ao seu produtor e ao actor Tim Roth, mas ilibou-os de culpas). E cancelou o início da pré-produção do filme, alegando que por agora não vai filmar uma história que já está nas mãos de meia Hollywood.

Agora, processou por contributo para a violação de direitos de autor a Gawker Media, uma empresa de media online e rede de blogues focada nas notícias de mexericos, por ter publicado um link que dirige os utilizadores para o guião de The Hateful Eight. O post do blogue Defamer, da Gawker Media, foi colocado na passada quinta-feira à tarde e contém várias ligações que conduzem ao que será o guião de 146 páginas de The Hateful Eight ou apenas a excertos do mesmo. Esses links vão dar aos sites anonfiles.com e outros, o que fez com que o realizador de Pulp Fiction os processasse também, desta feita por violação de direitos autorais.

"A Gawker Media tem feito do jornalismo predatório um negócio, violando os direitos das pessoas para ganhar dinheiro. Desta vez foram longe demais”, lê-se no processo por violação de copyright, citado pela Variety. “Em vez de simplesmente publicarem uma história sobre o facto de que o guião estaria a circular em Hollywood sem a sua permissão, a Gawker Media pisou o risco jornalístico ao promover-se perante o público como sendo a primeira fonte para ler o guião integral ilegalmente.” De acordo com a imprensa, Tarantino quer ser indemnizado num milhão de euros.

Entretanto, o fundador da Gawker Media já reagiu, também através de um post, em que desmonta o tipo de acusação que lhe é feita. John Cook considera que, sendo a Gawker e o Defamer sites noticiosos, e que a “publicação do link foi claramente ligada” ao objectivo “de informar os leitores sobre coisas que lhes interessam”, argumentando que desconhece processos legais por contributoa violação de direitos de autor que tenham sido reconhecidos pelos tribunais norte-americanos. ”Vamos contestar”, diz Cook.