Miley Cyrus fumou o quê no circo MTV em Amesterdão?
Eminem foi o vencedor nos MTV European Music Awards, mas Miley Cyrus surgiu novamente como protagonista.
A MTV, naturalmente, aproveitou bem a visibilidade instantânea que a cantora de Wrecking ball assegura. Ofereceu-lhe a abertura do espectáculo, com Cyrus descendo sob o palco numa espécie de nave espacial, da qual saiu, acompanhada de uma dançarina anã, para, entre um par de discretas referências ao “twerking” da polémica em Agosto, cantar We can’t stop. Mais tarde, quando discursava após receber o prémio de Melhor Vídeo para Wrecking ball, acendeu aquilo que podia ser um cigarro de enrolar ou um charro e pronto, aí a temos novamente.
No dia seguinte à cerimónia, ninguém quer verdadeiramente saber quem ganhou o quê (facto pouco relevante numa cerimónia que pretende, basicamente, suscitar falatório e criar acontecimentos partilhados online globalmente). Interessa saber se era ou não um charro o que fumou Miley Cyrus em, muito adequadamente, Amesterdão, cidade pioneira no consumo legalizado de haxixe ou marijuana.
A verdade, porém, é que houve prémios e muitos vitoriosos. O vencedor da noite, nessa perspectiva, foi Eminem, que editou recentemente Marshall Mathers LP 2 e que foi consagrado com os prémios Ícone Global e Melhor Músico Hip Hop – também actuou, apresentando em palco Berserk e Rap God. Katy Perry, que apresentou uma coreografia de Unconditional de fazer inveja ao Cirque du Soleil (cantou suspensa do tecto, a vários metros de altura), foi considerada Melhor Cantora e Justin Bieber agradeceu com uma mensagem vídeo o prémio de Melhor Cantor.
Locked out, de Bruno Mars, foi destacada como a Melhor Canção, os Thirty Second to Mars, banda de sucesso global que enche estádios mundo fora, venceram enquanto Melhor Banda Alternativa e Jared Leto, o vocalista actor, tentou guiar o público em Amesterdão por um momento de solidariedade em directo, pedindo um minuto de silêncio pelas vítimas do tufão nas Filipinas (em vão, a julgar pelos relatos que asseguram que o ruído e gritaria do público, tidos como indispensáveis à dinâmica de uma cerimónia como esta, continuaram a fazer-se ouvir). De surpresa, na verdade, apenas o nome vencedor na categoria Melhor Nome Global. Entre os nomeados estavam Justin Bieber ou One Direction, mas o galardão foi para uma desconhecida no Ocidente, a chinesa Li Yuchun, conhecida como Chris Lee.
Ao longo da cerimónia, apresentada por Redfoo, dos LMFAO, que não tardou a transformar-se no anfitrião mais despido da história desta e de, provavelmente, qualquer outra cerimónia de prémios (apenas cuecas e ténis cobrindo-lhe o corpo), houve muito incitamento à “diversão” (Redfoo terá estado, nesse sentido, particularmente histérico), houve actuações de Kings of Leon, Robin Thicke (em Blurred Lines, a australiana Iggy Azalea tomou o lugar ocupado com estrondo por Cyrus em Agosto) ou dos supracitados Katy Perry e Eminem na Ziggy Dome em Amesterdão e de Snoop Dogg num pequeno clube em que a festa decorria em paralelo.
Perry, que não esperava ganhar, quase se engasgou no champanhe quando foi anunciado o seu nome como vencedora. Miley Cyrus, com um pequeno casaco de peles branco e enfiada num maillot da mesma cor, agradeceu o seu prémio aos fãs “que tornaram tudo isto possível”, procurou espaço para o guardar na mala Chanel, de lá tirou o tal cigarro/charro e saiu de cena depois de um par de baforadas.
Quinze minutos depois, as Icona Pop protagonizaram a última apresentação musical da noite, Redfoo pôs uma mochila a jacto às costas e voou em direcção ao tecto. O circo MTV despedia-se de Amesterdão.
Notícia corrigida às 16h26: a gralha "em parelelo" no final do antenúltimo parágrafo para o correcto "em paralelo"