Prémio de crítica e ensaio da AICA para Ana Vaz Milheiro e Nuno Faria

Júri decidiu atribuir prémio ex-aequo à crítica e ao comissário.

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Palácio do Governo, Bissau Ana Vaz Milheiro

Ana Vaz Milheiro foi distinguida por Nos Trópicos sem Le Corbusier (Relógio de Água, 2012) e Nuno Faria recebe o galardão pelo “projecto editorial e crítico substanciado no volume Para Além da História”, como descreve em acta o júri, constituído por Paulo Pires do Vale, Joaquim Moreno e Delfim Sardo.

Em comunicado, o júri explica que “o livro de Ana Vaz Milheiro agrega um conjunto de ensaios críticos pioneiros sobre um objecto histórico que importava abordar: o trabalho dos gabinetes de projecto coloniais na África sob dominação portuguesa durante o Estado Novo”, sublinhando “a qualidade e o rigor da informação” da obra. Já Para Além da História, de Nuno Faria, “é um ensaio editorial que decanta a prática expositiva e o projecto institucional do Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Esta publicação, na qual confluem contribuições teóricas de diferentes áreas, configura um sólido contributo crítico, que esclarece o projecto expositivo”, explica o júri.

O prémio da AICA-Fundação Carmona e Costa, entregue ex aequo aos dois críticos, tem um valor pecuniário de dez mil euros e será entregue na sede da fundação a 7 de Janeiro pelas 18h.

Ana Vaz Milheiro, que é comissária da exposição que agora ocupa a Garagem Sul do Centro Cultural de Belém África – Visões do Gabinete de Urbanização Colonial (1944-1974), é autora de obras como livros A Construção do Brasil – Relações com a Cultura Arquitectónica Portuguesa, A Minha Casa é um Avião ou Guiné-Bissau. É crítica de arquitectura no PÚBLICO.

Nuno Faria é director artístico do CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães, foi curador residente da Gulbenkian entre 2003 e 2009 e fundou projecto MobileHome – Centro de criação artística para o desenvolvimento de práticas educativas em Loulé. Faria é professor no Instituto Politécnico de Tomar e no IADE e Ana Vaz Milheiro é docente no ISCTE e investigadora.

Este prémio, ao contrário do galardão atribuído anualmente pela secção portuguesa da AICA a um artista plástico e a um arquitecto, é bienal. Na sua última edição, quando era entregue em parceria com o Ministério da Cultura, foi atribuído em 2010 ao filósofo José Gil pelo ensaio A Arte como Linguagem: a "última lição". O galardão distingue obras inéditas, escritas em português e publicadas originalmente em Portugal e a próxima edição, prevista para 2015, será relativa a publicações realizadas em 2013 e 2014, informa a AICA. 

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