Paulo Coelho vai abrir uma fundação na Suíça e um museu virtual

Milhares de documentos e objectos estarão disponíveis ao público.

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Paulo Coelho na Fortaleza do Guincho Enric Vives-Rubio

Documentos, fotografias, posters a anunciar os lançamentos dos livros, presentes dos leitores para o escritor, notícias e entrevistas na imprensa de todo o mundo. São milhares de documentos e objectos. Mobiliário, inclusive. Tudo o que se possa imaginar do universo Paulo Coelho vai estar a descoberto na fundação que abrirá nos próximos meses em Genebra, a cidade que o escritor brasileiro que mais vende escolheu para viver.

O último contentor com o restante material - manuscritos dos seus livros, contratos com editoras, rascunhos das letras de música que escreveu, roupa e até a secretária onde escreveu o seu primeiro best-seller, O Diário de um Mago, em 1987 - chegou à Suíça na semana passada oriundo do Brasil, onde o escritor mantinha grande parte do seu acervo.

Apesar de hoje viver na Suíça, Paulo Coelho conserva o seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. Era aí que ainda guardava caixas e caixas que foram aumentando à medida que a sua vida literária foi crescendo.

Abrir um espaço ao público, aos seus leitores, era um desejo de há muito mas só agora ganha forma, depois de Paulo Coelho ter encontrado uma área de 200 metros quadrados no rés-do-chão de um edifício residencial em Genebra. À revista brasileira Época, que visitou já as instalações que vão abrigar a fundação, Paulo Coelho e a mulher disseram ter chegado a ver espaços maiores: “Mas depois de visitarmos algumas fundações do tipo, achamos que seria um culto ao ego que, definitivamente, não é o nosso objectivo”, explica à revista Christina Oiticica, que tem exposto na Suíça.

O interesse do casal pelo espiritual é conhecido e, por isso, não é de estranhar que o trabalho da artista tenha sido por ele contaminado. A pintora costuma "sepultar" os seus quadros em caminhos considerados sagrados e, um ano mais tarde, desenterra-os para então os expor, com todas as alterações que a natureza lhes trouxe.

E porque o alcance de Paulo Coelho é internacional, a colecção estará toda disponível num museu virtual a ser criado paralelamente à fundação. Falamos do escritor que está traduzido em mais de 60 línguas e vendeu já 160 milhões de livros em todo o mundo (três milhões só em Portugal).  

“A Suíça é uma sede física, porque, como moramos aqui, é mais fácil fazer a curadoria e o processo de digitalização”, conta Paulo Coelho à publicação brasileira, explicando querer que todos os seus leitores, independentemente da sua localização, possam conhecer o seu acervo. “Restringir o acervo a paredes físicas seria algo limitador. Não quero que as pessoas tenham que viajar para a Suíça ou qualquer outro lugar que seja para me encontrar. A nuvem [o museu virtual] democratiza esse encontro”, continua o escritor que tem quase 26 milhões de seguidores no Facebook e mais de nove milhões no Twitter.

Neste momento ultimam-se os detalhes finais. O casal quer que a fundação abra portas até ao Verão, admitindo que o museu virtual poderá levar um pouco mais a estar pronto, uma vez que é preciso digitalizar todos os documentos e peças. Talvez abra a tempo do seu 68.º aniversário.

Uma vez por ano, desde 1987, Paulo Coelho organiza uma festa num qualquer lugar do mundo para celebrar o seu aniversário. Apesar de fazer anos a 24 de Agosto, o escritor celebra a data a 19 de Março, dia de S. José, convidando centenas de amigos. No ano passado, escolheu Portugal para a sua festa, mais precisamente a Fortaleza do Guincho. Em 2015 a celebração será num lugar que lhe é querido e que serviu de fundo ao Diário de Um Mago - Santiago de Compostela, em Espanha.

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