Leilão das obras Miró já não vai acontecer este ano

Presidente da Parvalorem e da Parups mantém, no entanto, a vontade em vender as obras.

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A exposição das obras na leiloeira Christie’s Reuters

“Não temos novidades do tribunal”, diz Nogueira Leite, explicando que a venda que esteve marcada para Fevereiro, e que foi depois adiada para Junho e, por fim, suspensa devido aos processos interpostos pelo Ministério Público para impedir a saída do país das obras, já não vai ocorrer em 2014.

É por não haver ainda decisão sobre os processos em curso no Tribunal do Círculo Administrativo de Lisboa, que as empresas não podem levar as peças a leilão. Para que a venda acontecesse ainda este ano, as peças teriam de sair do país por esta altura, visto que a Christie’s precisa de receber em Londres as obras cerca de um mês antes de as levar à praça, de forma a poder ainda expô-las aos potenciais compradores.

Francisco Nogueira Leite defendeu ao longo deste processo a importância de se venderem estas 85 obras ainda em 2014 para que o montante arrecadado no leilão, cuja estimativa mínima e garantida é de 35 milhões de euros, entrasse este ano nas contas das empresas de forma a amortizar a dívida do BPN. Nogueira Leite já tinha explicado em Fevereiro no Parlamento que "no final de 2014 o valor que as sociedades não tiverem obtido em resultado da venda das obras de arte em questão será pago com o seu próprio dinheiro e terá reflexos no défice".

Ao PÚBLICO o presidente da Parvalorem e da Parups volta agora a destacar que “quanto mais tarde se amortizar dívida, mais juros teremos de pagar”. “Não é fácil quantificar esse valor mas, face ao volume de dívida, o prejuízo será sempre de algumas centenas de milhares de euros de juros”, explica, mantendo, no entanto, o interesse em que o leilão aconteça, mesmo que em 2015.

“Há um contrato para cumprir”, diz, referindo-se ao acordo celebrado com a Christie’s, “que teve subjacente um critério de transparência e igualdade de oportunidades a todos os interessados”.

Até lá, as 85 obras vão continuar arrumadas nos cofres da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.

Questionada pelo PÚBLICO, a leiloeira não faz comentários ao caso. 

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