Fantasporto homenageia produtor e realizador português Fernando Vendrell
Festival abre a 27 de Fevereiro com o filme sul-coreano Haemoo, de Sung-bo Shim, e fecha a 7 de Março com Patch Town, de Craig Goodwill.
Na conferência de imprensa de apresentação do festival deste ano, esta terça-feira, o organizador Mário Dorminsky disse que a escolha do homenageado recaiu sobre Fernando Vendrell – depois de em 2014 ter ido para o produtor Henrique Espírito Santo –, por todo o trabalho que já desenvolveu e vai continuar a desenvolver dentro do meio, para além de já ter sido premiado no festival.
"Achámos que era a pessoa ideal, neste momento, para ser convidada para receber o prémio de carreira", disse Mário Dorminsky sobre o realizador de Fintar o Destino e Pele.
O festival deste ano vai contar com 57 filmes portugueses, incluindo os seis que vão ser exibidos no âmbito da homenagem a Fernando Vendrell, ainda que a competição de cinema português só englobe uma longa-metragem, A Porta 21, de João Marco.
Para além da continuação do Encontro Nacional de Escolas e Cursos de Cinema, o Fantasporto vai este ano estrear uma Bolsa de Guiões, que neste momento é ainda "uma bolsa de textos" e que, segundo a directora Beatriz Pacheco Pereira, "pode ter textos desde contos, romances, argumentos", entre outros.
O principal objectivo desta iniciativa vai ser providenciar textos para adaptações ao cinema, de acordo com Beatriz Pacheco Pereira, que realçou o potencial interesse deste "banco de textos" para os estudantes da área.
O Fantasporto 2015 vai ainda celebrar o 100.º aniversário do nascimento do realizador de O Mundo a Seus Pés, Orson Welles, e incluir uma retrospectiva dos filmes com Fred Astaire e Ginger Rogers.
O festival conta com filmes de 28 países e vai ter a sua abertura oficial no sábado, 27 de Fevereiro, com a produção sul-coreana candidata aos Óscares, Haemoo, de Sung-bo Shim, enquanto a sessão de encerramento, a 7 de Março, exibirá Patch Town, de Craig Goodwill. Entre 24 e 26 de Fevereiro, o Fantasporto vai ainda ter três noites de "horror extremo", promete a organização.
Na conferência de imprensa, Mário Dorminsky manifestou o desejo de que o evento passe "para malta mais nova", estando, por isso, a introduzir elementos novos na organização do festival. "Ninguém aproveita aquilo que é, no fundo, o diamante em bruto que é o Fantasporto. Já estamos a chegar a uma altura, não é que estamos fartos de Fantasporto, [mas] isto tem de passar para malta mais nova, e já está a entrar malta mais nova a trabalhar", disse Dorminsky, acrescentando que o festival tem "características muito especiais", pelo que "dá trabalho formar pessoas" para manter as lógicas de programação e de funcionamento.
"Isso é uma coisa que, aos poucos e poucos, nos últimos anos, temos tentado fazer e acho que se está a conseguir", acrescentou Dorminsky, ressalvando, no entanto, que não se trata de uma despedida, pelo que acredita que o evento deste ano vai ser "um grande festival".