DGArtes defende que participação portuguesa na Bienal de Veneza é uma "ideia criativa"
Samuel Rego, director-geral das Artes, considera que quando Rem Koolhaas ler o jornal compreenderá o objectivo da iniciativa.
Samuel Rego reage assim ao lamento do director da Bienal de Arquitectura de Veneza, Rem Koolhaas, que, em declarações ao PÚBLICO, afirma ser "muito triste" Portugal participar com um jornal em vez de um pavilhão: "Portugal tem muito a dizer sobre a arquitectura e sobre a situação actual da União Europeia".
"O comissário Rem Koolhaas, cuja opinião crítica obviamente muito valorizamos, afirmou também a necessidade de ser criativo e comunicativo", contrapôs Samuel Rego à Lusa, sublinhando que o jornal, "portátil e acessível em todos os lugares", demonstrará "o valor e o trabalho dos arquitectos portugueses e os desafios com que actualmente se deparam".
O director-geral das Artes considera que, quando Rem Koolhaas ler o jornal compreenderá o objectivo da iniciativa: "a defesa e valorização da arquitectura como uma das mais nobres das artes".
A 14.ª Bienal de Arquitectura de Veneza decorrerá de 7 de Junho a 23 de Novembro.
Portugal distribuirá 165 mil exemplares de um jornal, gratuito e intitulado Homeland - News From Portugal, com "conteúdos noticiosos" sobre a evolução da habitação em Portugal e sobre seis propostas de projectos urbanísticos a desenvolver este ano em seis cidades portuguesas.
A participação de Portugal é comissariada pelo arquitecto Pedro Campos Costa, com produção da Trienal de Arquitectura de Lisboa, e custará 150 mil euros, metade do orçamento da participação de Portugal em 2012.
Na semana passada, na apresentação oficial do projecto, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, afirmou à Lusa que a escolha pela criação de um jornal "não foi uma solução de recurso".
"Mesmo sem pavilhão próprio na Bienal de Veneza, temos procurado soluções que, sendo soluções de projecto, não funcionam como soluções de recurso. Estes projectos não nos têm deixado ficar mal, de todo", avaliou.
Para o governante, foi encontrada uma solução que "não só é criativa, como é desafiante, transferindo um pavilhão físico para o papel com conteúdos de grandes valores, desde politólogos, filósofos, urbanistas e arquitectos dedicados à reflexão sobre a habitação portuguesa do século XX".